Podemos fica em segundo lugar em pesquisa na Espanha
4 de fevereiro de 2015O partido eurocético de esquerda Podemos saltou para o segundo lugar nas intenções de voto para as eleições gerais no fim do ano na Espanha, divulgou o Centro de Investigações Sociológicas (CIS) do país, nesta quarta-feira (04/02). Fundado há apenas um ano, o Podemos chegou a 23,9% dos votos, ultrapassando a oposição tradicional do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que ficou com 22,2%.
O Partido Popular (PP), do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, continua líder nas pesquisas de opinião pública, com 27,3% de apoio. A pesquisa foi realizada no início de janeiro, antes, portanto, da eleição geral grega, vencida pelo partido esquerdista Syriza, notório aliado do Podemos.
Na última pesquisa de intenção de voto realizada pelo CIS, publicada em outubro, o Podemos havia ficado em terceiro lugar, com 22,5% dos votos, atrás do PSOE (23,9%) e do PP (27,5%).
Em 22 de março, serão realizadas as eleições regionais na Andaluzia, um dos principais bastiões dos socialistas do PSOE. Em maio, ocorrerão eleições regionais pelo país. Já as eleições parlamentares na Espanha, que podem ser conduzidas até 20 de dezembro, ainda não têm data definida.
O Podemos, partido surpresa nas últimas eleições europeias (elegeu cinco eurodeputados), originou-se nos protestos do movimento 15 de Maio, em 2011, e existe oficialmente desde janeiro do ano passado. Ele ganhou espaço diante da frustração da população com as políticas de austeridade adotadas pelo governo de Rajoy para enfrentar a crise econômica. A sigla foi a quarta mais votada nas eleições europeias do ano passado, com 1,2 milhão de votos.
Em seu relatório, o CIS indicou que a desigualdade e a corrupção foram as principais preocupações citadas pelos eleitores espanhóis entrevistados. O governo estima que a economia tenha crescido 1,4% em 2014, mas aproximadamente 36% dos entrevistados descreveram a situação econômica da Espanha como "muito ruim" e cerca de 40% como "ruim".
O Podemos promete lutar contra a corrupção e o que se líder, Pablo Iglesias, chama de a "casta" tradicional de líderes políticos.
PV/afp/dpa