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Revolta árabe

17 de fevereiro de 2011

Ao menos quatro pessoas morreram durante uma operação policial no centro de Manama, a capital do pequeno Estado do Golfo Pérsico. Oposição diz que a ação terá consequências. UE pede respeito à liberdade de expressão.

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Ação policial na praça central de ManamaFoto: dapd

A polícia reprimiu com violência as manifestações numa praça no centro de Manama, capital do Barein, na madrugada desta quinta-feira (17/02). Ao menos quatro pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante a ação repressiva. Com isso, subiu para seis o número de mortos nas manifestações que ocorrem no pequeno estado insular do Golfo Pérsico.

Por volta das três da manhã (horário local), a polícia cercou a Praça da Pérola e disparou contra os manifestantes. Quando as pessoas, em pânico, começaram a correr, os policiais as perseguiram e agrediram com cassetetes. Também gás lacrimogêneo foi usado contra os manifestantes. Ao final, a polícia ocupou a praça.

O líder da oposição xiita no Barein, o xeque Ali Salmane, afirmou que o assalto das forças de segurança contra os manifestantes em Manama terá consequências catastróficas. "Este ataque foi uma decisão errada que terá repercussões catastróficas na estabilidade do Barein", declarou o xeque Salmane, acrescentando que a violência não pode resolver crises.

Horas depois, o Exército anunciou que controla praticamente toda a capital e que as manifestações estão proibidas no país. Num comunicado divulgado pela televisão, o Exército disse que locais estratégicos estão sob controle.

A União Europeia manifestou preocupação com os acontecimentos no Barein. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, lamentou o uso da violência e as mortes e pediu às autoridades locais respeito aos direitos fundamentais, como a liberdade de expressão.

Milhares de pessoas – estimativas variam entre 5 mil e 20 mil – haviam se reunido na praça nesta quarta-feira, após os atos fúnebres de dois manifestantes mortos no dia anterior. Ao longo do dia, o protesto transcorrera de forma pacífica, com a maioria dos manifestantes exigindo apenas reformas no país.

O Barein, o mais pobre entre os ricos países do Golfo Pérsico, é uma monarquia governada pelo rei Hamad Bin Isa Al Khalifa e por sua família. O rei escolhe pessoalmente os governantes e não há partidos políticos. A maioria dos manifestantes é composta por muçulmanos xiitas, que são também a maioria da população. A família real, porém, é sunita.

AS/dpa/lusa/afp
Revisão: Rodrigo Rimon