Polanski desiste de presidir prêmio César
24 de janeiro de 2017O cineasta franco-polanês Roman Polanski, de 83 anos, desistiu nesta terça-feira (24/01) de presidir o júri do prêmio César, considerado o Oscar do cinema francês, depois de protestos de associações feministas contra a nomeação dele.
Através de comunicado, Hervé Temime, advogado do diretor, diz que a polêmica lançada pelas entidades feministas "entristeceu profundamente Roman Polanski e sua família", anunciando que o realizador – conhecido por filmes como O pianista e O bebê de Rosemary – não vai aceitar o convite dos organizadores.
Entidades feministas lançaram uma petição na internet, que coletou mais de 60 mil assinaturas, para afastar Polanski do cargo, lembrando que o cineasta foi acusado em 1977 pelo estupro de uma adolescente de 13 anos em Los Angeles.
Ele rejeitou a acusação de estupro, mas reconheceu, após acordo com a promotoria, ter tido relação sexual com uma menor de idade. Pouco antes do anúncio da sentença, ele foi viajou a Paris. Na Suíça, ele foi detido há alguns anos e ficou oito meses sob prisão domiciliar, até que em 2010 o país recusou o pedido de extradição dos EUA. A vítima afirmou em 2013 que perdoou Polanski.
As militantes convocaram ainda, através das redes sociais, a um boicote à cerimônia de premiação do César, agendada para 24 de fevereiro.
A ministra francesa dos Diretos das Mulheres, Laurence Rossignol, considerou "surpreendente e chocante" a escolha do nome de Polanski. O título de presidente da cerimônia do César é essencialmente honorário.
MD/lusa/afp/dpa