Policial que matou jovem negro em Ferguson pede demissão
30 de novembro de 2014O policial Darren Wilson, que atirou e matou em agosto o jovem negro Michael Brown na cidade de Ferguson, nos Estados Unidos, pediu demissão da polícia. Wilson, que havia sido absolvido pelo grande júri na última segunda-feira, anunciou a sua demissão em carta publicada pelo jornal St. Louis Post-Dispatch neste sábado (29/11).
No documento, Wilson justifica a demissão por motivos de segurança. "Esperava continuar o meu trabalho na polícia, mas a segurança de outros agentes e da comunidade são de grande importância para mim", diz um trecho da carta publicada pelo jornal da cidade de St. Louis, do estado do Missouri. "Tenho esperança de que a minha demissão permitirá que a comunidade se 'cure'."
Ainda esta semana, em entrevista à emissora americana ABC, Wilson lamentou o episódio, mas afirmou estar com a "consciência tranquila" e que voltaria a agir da mesma forma, pois temeu pela própria vida. Desde o ocorrido, Wilson estava suspenso do serviço policial.
A decisão do grande júri em não indiciar o policial pelo assassinato do jovem Brown resultou em uma nova onda de protestos violentos nos Estados Unidos. Prédios foram incendiados e dezenas de pessoas foram presas. O júri declarou não ter encontrado "nenhuma causa plausível" para indiciar Wilson.
Em 9 de agosto, Michael Brown, de 18 anos, foi baleado por Darren Wilson. As informações sobre as circunstâncias seguem contraditórias. A polícia alega que o jovem estava tentando roubar pacotes de cigarrilhas em uma loja e agindo de forma "agressiva". Já uma testemunha afirmou que, ao receber os tiros, Brown estaria de mãos levantadas. O episódio gerou indignação entre os habitantes de Ferguson e uma série de protestos se alastrou pelo país.
O Departamento de Justiça dos EUA instaurou uma investigação paralela para averiguar se houve ou não uma violação de direitos civis no caso e se a polícia local mantém práticas discriminatórias.
PV/lusa/ap/afp