PF faz buscas em casas de Eduardo Cunha e ministros
15 de dezembro de 2015A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta terça-feira (15/12) um mandado de busca e apreensão nas residências do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB). Em Brasília, viaturas da PF com mais de dez agentes isolaram a residência oficial do deputado federal.
Os endereços de Cunha no Rio de Janeiro também foram alvo da ação, que inclui buscas na casa do senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB) e do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB), considerado um interlocutor do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), nos desvios da Petrobras.
A PF também realiza buscas nas residências oficiais dos ministros de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB), e do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção na estatal.
Fabio Cleto, um aliado de Cunha que até recentemente atuava como vice-presidente da Caixa Econômica Federal, também é alvo das buscas em São Paulo. No total, a PF cumpre 53 mandados de busca e apreensão em em sete estados e no Distrito Federal. Eles foram autorizados pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O presidente da Câmara é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro – há denúncias de que ele teria recebido 5 milhões de dólares em propina por contratos da Petrobras.
Em comunicado, a PF afirmou que "as buscas ocorrem na residência dos investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos". O objetivo seria "evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados".
O Conselho de Ética da Câmara poderá realizar ainda nesta terça-feira a votação sobre a representação contra Cunha por quebra de decoro parlamentar. O novo relator, o deputado Marcos Rogério (PDT), deve apresentar um parecer favorável ao prosseguimento das investigações.
O relator – que substituiu o deputado Fausto Pinato (PRB), afastado na semana passada – anunciou que, em seu entendimento, a análise deve continuar de onde parou e partir logo para a votação, já que foram feitas todas as discussões sobre o parecer.
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