Polícia investiga ataque de Utrecht como terrorismo
19 de março de 2019Uma carta encontrada no veículo usado na fuga do principal suspeito pelo atentado em Utrecht, na segunda-feira (18/03), indica motivações terroristas no caso e está sendo levada a sério nas investigações, afirmaram procuradores holandeses nesta terça.
"Nesta fase, um motivo terrorista é levado a sério", afirmaram em comunicado conjunto o Ministério Público e a polícia local. Segundo eles, a natureza do ataque e a carta encontrada no carro utilizado pelo principal suspeito, Gökmen Tanis, dão razões para considerar que há motivações terroristas no ataque, que deixou três mortos em Utrecht.
Eles acrescentaram que, até o momento, as investigações não indicam que haja uma relação entre o principal suspeito e as vítimas do atentado, que são uma mulher de 19 anos e dois homens, de 28 e 49 anos. Ainda assim, outras motivações não foram descartadas.
Outras sete pessoas ficaram feridas, sendo três em estado grave, segundo nova atualização da polícia, quando um atirador disparou contra as pessoas que estavam num bonde elétrico na praça 24 de Outubro, em Utrecht, na manhã desta segunda-feira.
A polícia holandesa está interrogando três pessoas detidas após o ataque, incluindo Tanis, que tem 37 anos e ascendência turca. Outro detido é o irmão mais novo dele. A identidade do terceiro não foi revelada. Uma arma foi apreendida quando da prisão de Tanis.
Na Turquia, a família de Tanis considerou pequena a probabilidade de a motivação ser terrorista, noticiou a agência estatal Anadolu. Mahmut Tanis, tio de Gökmen, disse que o motivo pode estar relacionado com assuntos familiares.
O presidente Recep Tayyip Erdogan disse que os serviços de inteligência do país estão recolhendo informações sobre o principal suspeito.
Segundo a emissora holandesa NOS, Gokmen Tanis compareceu há duas semanas a um tribunal holandês por um caso de estupro.
Alguns membros da família teriam vínculos com grupos muçulmanos radicais, mas Tanis era conhecido por seu comportamiento imprevisível desde que se separou de sua mulher, há dois anos, noticiou o NOS.
O governo da Turquia condenou enfaticamente o ataque, "independentemente da identidade do autor e sua motivação", afirmou o Ministério do Exterior. "Diante desse ataque, nos solidarizamos plenamente com o povo e o governo holandeses", comunicou o ministério.
AS/lusa/afp/rtr
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