Presos suspeitos da morte de jovem brasileiro na Espanha
6 de julho de 2021A polícia espanhola prendeu nesta terça-feira (06/07) três pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato do auxiliar de enfermagem Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, nas proximidades de uma casa noturna em Corunha, na madrugada de sábado. Samuel nasceu no Brasil e chegou à Espanha quando tinha 1 ano. A família e amigos afirmam que se trata de um ataque homofóbico.
O trabalho da polícia tem como foco o depoimento de testemunhas e imagens captadas por celulares e por câmeras privadas na zona onde ocorreu o ataque.
Pelo menos 15 pessoas já foram ouvidas. A polícia confirmou que os três detidos têm entre 20 e 25 anos e moram nas proximidades de Corunha. De acordo com o jornal La Opinión, seriam dois homens e uma mulher.
"A investigação permanece aberta até que os fatos sejam totalmente esclarecidos. Mais prisões não estão descartadas nas próximas horas", escreveu a polícia no Twitter.
Segundo o jornal El País, questionado sobre a possibilidade de tratar-se de um crime de homofobia, o delegado de governo da Galícia, José Miñones, disse que "nenhuma hipótese está descartada".
Ao jornal espanhol El Mundo, amigos da vítima disseram que os suspeitos começaram a atacar Luiz, que estava em uma videochamada com uma amiga, por acharem que ele estava tentando filmá-los. Os agressores teriam ainda usado palavras depreciativas para homossexuais. Samuel Luiz não resistiu aos ferimentos e morreu.
Imagens mostram que sete pessoas desferiram golpes no jovem enquanto ele já estava caído no chão. De acordo com a mídia local, o homem que começou a discussão já teria sido identificado.
Protestos pela Espanha
A morte violenta do jovem levou milhares de pessoas a saíram às ruas de grandes cidades espanholas na noite desta segunda-feira para manifestar sua indignação. Os protestos ocorreram em Corunha, Barcelona, Madri e Valência.
O chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que a Espanha não vai tolerar um crime como esse. "Espero que a investigação da polícia em breve encontre os autores do assassinato de Samuel e esclareça os fatos", escreveu Sánchez numa rede social. "Foi um ato selvagem e cruel."
le (efe, ots)