Político palestino sobrevive a atentado a bomba
13 de março de 2018O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Rami Hamdallah, sobreviveu nesta terça-feira (13/03) a uma explosão durante uma visita à Faixa de Gaza, informou o Ministério do Interior da ANP.
"Uma explosão aconteceu nesta terça-feira em Beit Hanoun junto ao comboio do primeiro-ministro. Não há feridos", afirmou a ANP em comunicado, acusando uma "tentativa de assassinato" por parte do Hamas. O movimento palestino rejeitou as acusações.
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O gabinete do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também responsabilizou o Hamas, que controla a Faixa de Gaza há uma década e que, apesar do processo de reconciliação e a estipulada transferência de poder à ANP, mantém a administração das pastas do Interior e Segurança no enclave.
"O ataque ao Executivo de consenso é um ataque à unidade do povo palestino", declarou o porta-voz da Presidência Nabil Abu Rudeina.
Apesar de algumas lideranças imediatamente jogarem a culpa sobre o Hamas, nenhum grupo assumiu a autoria do atentado.
Uma autoridade de segurança palestina disse que a explosão teria sido de uma bomba colocada ao lado da estrada, além de um segundo artefato que acabou não explodindo.
Hamdallah manteve sua agenda e assegurou que não cancelaria a viagem a Gaza. O primeiro-ministro disse logo após o incidente que seis agentes de segurança ficaram feridos e três veículos foram danificados.
A explosão, segundo afirmou, deixou destroços a dezenas de metros de distância e abriu uma cratera ao lado da estrada. "Foi uma tentativa bem planejada. Eles colocaram os explosivos a dois metros de profundidade”, disse Hamdallah, sem acusar diretamente nenhum grupo ou organização.
O Hamas divulgou através do Twitter uma declaração condenando o ataque a bomba, afirmando que representa uma ameaça ao processo de reconciliação entre as facções palestinas.
"O Hamas condena o crime contra o primeiro-ministro Rami Hamdallah e considera o crime parte de uma tentativa que pretende desestabilizar a segurança em Gaza e frustrar os esforços para alcançar a união nacional", dizia a declaração, rejeitando o que chamou de "acusações da presidência da ANP" contra a organização.
O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, pediu em comunicado que os órgãos de segurança e o Ministério de Interior "abram uma investigação urgente e imediata para saber todas as circunstâncias do crime, apontar responsáveis e levá-los perante a Justiça". Pouco depois da explosão, o Hamas deteve vários suspeitos, segundo informou a agência palestina de notícias Maan.
Abbas, que estava em visita oficial à Jordânia, cancelou seus compromissos para retornar imediatamente a Ramala. O presidente da ANP se reunirá com autoridades para decidir as medidas a serem tomadas após o ataque.
RC/efe/rtr
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