População de Hamburgo rejeita Jogos Olímpicos de 2024
29 de novembro de 2015Hamburgo não entrará na disputa para receber os Jogos Olímpicos de 2024, de acordo com o resultado de um referendo neste domingo (29/11). A maioria da população (51,6%) votou contra e 48,4% a favor da realização dos Jogos na cidade portuária localizada no norte da Alemanha.
"É óbvio que é uma decisão que nós não queríamos", afirmou Olaf Scholz, prefeito de Hamburgo. A derrota ocorreu mesmo após 65,6% dos residentes na cidade vizinha de Kiel, que sediaria alguns eventos como de vela, votarem a favor dos Jogos. No total, cerca de 650 mil pessoas participaram da consulta.
Organizadores calculavam que o custo dos Jogos seria de 11,2 bilhões de euros. O Senado da cidade-estado de Hamburgo queria que o governo contribuísse com 6,2 bilhões de euros e, a prefeitura, com 1,2 bilhão de euros. Receitas estimadas em 3,8 bilhões de euros completariam o valor.
O resultado retira a cidade portuária da disputa e deixa o caminho livre para Paris, Roma, Los Angeles e Budapeste, que agora serão os únicos candidatos aos Jogos de 2024. O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidirá o anfitrião em setembro de 2017.
A Alemanha não tem sido palco de Jogos Olímpicos desde os Jogos de Verão de 1972, realizados em Munique. A candidatura da capital da Baviera para os Jogos de Inverno de 2022 também foi rejeitada em uma consulta popular.
"Parece que os pensamentos de Jogos Olímpicos e Alemanha não andam juntos", afirmou Alfons Hörmann, presidente da Federação Alemã de Esportes Olímpicos (DOSB, na sigla em alemão). Ele declarou, ainda, que a campanha de Hamburgo foi feita "com muito amor e engajamento" e "sem erros".
Há poucos meses, pesquisas mostravam que 64% da população defendia a realização dos Jogos em Hamburgo. Mas o apoio parece que se desgastou por vários motivos, incluindo a crise de refugiados, os atentados em Paris e um amistoso da seleção alemã que foi cancelado devido à uma ameaça terrorista.
Ativistas locais diziam que os alguéis na cidade ficariam ainda mais caros e que o financiamento das estruturas esportivas ainda não havia sido definido antes de ser realizada a votação.
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