Poroshenko pede apoio militar aos EUA
18 de setembro de 2014O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, pediu aos Estados Unidos nesta quinta-feira (18/09) apoio militar para combater os separatistas pró-russos. Num discurso na Casa Branca, em Washington, ele afirmou que a Rússia é uma ameaça à segurança mundial. "Se eles não forem contidos agora, vão atravessar as fronteiras da Europa e espalhar seu domínio pelo globo", afirmou.
Várias vezes interrompido por aplausos, Poroshenko disse que a Ucrânia precisa de armamentos e de laços mais estreitos com a Otan. Ele também falou sobre a necessidade de maiores sanções à Rússia. "Os soldados precisam de apoio político, além de equipamentos militares, tanto letais quanto não letais", afirmou a membros do Senado e da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. "Cobertores e óculos de visão noturna são importantes, mas não se ganha a guerra com cobertores."
Poroshenko declarou que a anexação da Crimeia ao território russo foi "um dos atos mais cínicos de traição da história moderna", que mergulhou a Europa na pior crise das últimas décadas, disse, acrescentando que "de forma nenhuma, a nenhum preço e em condição alguma", o governo em Kiev vai aceitar a ocupação. "Assim como Israel, a Ucrânia tem o direito de defender seu território."
Essa foi a primeira visita de Poroshenko aos Estados Unidos desde que foi eleito presidente da Ucrânia, em maio deste ano. O discurso no Congresso serviu para mostrar o apoio dos EUA ao novo governo da Ucrânia, que procura aprofundar os laços com o Ocidente.
Ajuda não-letal
Poroshenko vai se encontrar mais tarde com o presidente dos EUA, Barack Obama, que resiste em fornecer material letal à Ucrânia. Obama vai oferecer a Poroshenko o envio de equipamentos de segurança no valor de 46 milhões de dólares para as Forças Armadas do país. O pacote inclui radares para detectar disparos de artilharia e veículos e barcos de patrulha blindados.
Além da assistência militar, o governo dos EUA ofereceu 7 milhões de dólares a organizações humanitárias que prestam ajuda a pessoas afetadas pelo conflito no leste da Ucrânia.
O Exército ucraniano e os separatistas pró-russos disputam o controle de cidades do leste da Ucrânia, na fronteira com o país vizinho. O Parlamento ucraniano aprovou uma lei que garante mais autonomia às regiões separatistas, mas os rebeldes reivindicam independência total. Apesar de um acordo de cessar-fogo, vários conflitos entre separatistas e tropas do governo aconteceram nos últimos dias.
KG/ap/rtr/afp/lusa