Portugal domina Holanda e está na final
1 de julho de 2004Dirigida pelo técnico brasileiro campeão mundial Luís Felipe Scolari, a seleção de Portugal derrotou a da Holanda por 2 a 1 na primeira semifinal da Eurocopa, em Lisboa, e classificou-se para a final. Comandada em campo por Figo, Maniche e Ronaldo, a equipe portuguesa dominou quase todo o tempo, acabou com o fantasma que perseguia os anfitriões de campeonatos europeus há 20 anos e mostrou-se madura para a primeira grande conquista futebolista do país.
Nunca um selecionado português foi tão longe. Até hoje, o máximo a que Portugal havia chegado foram três semifinais. Na Copa do Mundo de 1966, a seleção que tinha Eusébio como destaque perdeu para a anfitriã Inglaterra, que depois se sagraria campeã. Na Eurocopa de 1984 e na de 2000, coube a França, campeã em ambos os torneios, a eliminar Portugal nas semifinais em partidas dramáticas. Em 1984, aliás, a França foi o último país sede a chegar à final.
Campeões mundiais na categoria sub-20 em 1991, Figo e Rui Costa têm assim enfim a chance de encerrarem suas carreiras na seleção portuguesa com fecho de ouro. O adversário da final no próximo domingo sairá da segunda semifinal, nesta quinta-feira, entre a República Tcheca (única equipe a vencer todas as suas partidas até agora) e a Grécia, a grande zebra da competição, comandada pelo técnico alemão Otto Rehhagel.
Vitória merecida
Diante de 46.679 torcedores no Estádio José Alvalade, a seleção portuguesa revelou-se desde o início mais objetiva, ofensiva e engajada do que a holandesa, apesar de Scolari tê-la armado com um esquema 4-2-3-1, enquanto Dick Advocaat optara pelo tradicional 4-3-3.
A primeira chance de gol surgiu aos 9 minutos, quando Figo cruzou da direita e Ronaldo, na pequena área, não acertou a bola. Substituído contra sua vontade na partida anterior, Figo empenhou-se totalmente contra a Holanda, dando velocidade aos ataques pelas laterais. Além dele, Ronaldo e Maniche foram os grandes destaques portugueses, assim como Jorge Andrade, que desativou o temido Ruud van Nistelrooy.
Portugueses fizeram os três gols
Ronaldo abriu o placar aos 25 minutos, de cabeça, após Figo bater um escanteio. Em desvantagem, os holandeses tentaram correr atrás do prejuízo, mas não mostraram competência para tal. Aos 41, em jogada individual, Figo chutou uma bola na trave. Maniche ampliou o marcador com um golaço de longa distância, aos 12 minutos do segundo tempo, também depois de Figo cobrar curto um escanteio.
A partida parecia decidida. Os holandeses revelavam-se ora desesperados ora estarrecidos. Mais cinco minutos e o até então impecável Jorge Andrade cortou mal um cruzamento em direção a Van Nistelrooy e a bola acabou encobrindo o goleiro Ricardo e entrando. O gol contra reanimou o time da Holanda e colocou em risco a vitória dos anfitriões.
Os portugueses mostraram então maturidade. Procuraram gastar tempo quando sofriam faltas ou na posse de bola. Apesar de Scolari reforçar o potencial defensivo de sua equipe, ela continuou mais objetiva que a holandesa. Apesar de terem dado grande movimentação ao time, Deco e Pauleta decepcionaram nas conclusões. Ambos perderam gols cara a cara com o goleiro Van der Sar.