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Prêmio do Futuro para cristais líquidos

rw14 de novembro de 2003

Novo material para telas de cristal líquido valeu à equipe de cientistas da Merck o prêmio de técnica e inovação de 2003, patrocinado pela presidência alemã e dotado de 250 mil euros.

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Imagens mais nítidasFoto: AP

Intitulado "Mais leve, mais claro, mais rápido: cristais líquidos para telas de televisão", o trabalho vencedor do Prêmio do Futuro 2003 foi apresentado por uma equipe liderada por Kazuaki Tarumi, do grupo alemão Merck.

Sem os cristais líquidos não teriam sido desenvolvidas as tevês de tela plana. Para explicar sua pesquisa, o cientista Tarumi explica que, primeiro, é preciso conhecer o princípio do display, ou LCD (Liquid Crystal Display). Ele consiste em duas placas de vidro, que em forma de sanduíche "prendem" o cristal líquido.

Os cristais em si são moléculas em forma de charuto, em um grau de organização molecular intermediário entre o estado sólido (cristal) e o estado líquido. Expostos à tensão elétrica, eles mudam de disposição, deixando passar mais ou menos luz, o que possibilita que as informações apareçam nos mostradores de nossos aparelhos eletroeletrônicos.

A novidade no projeto vencedor é o desenvolvimento de um novo tipo de cristal, que permite mais claridade, contraste e definição nas imagens em telas planas.

Da botânica à física

O cristal líquido foi descoberto em 1888 pelo botânico austríaco Friedrich Reinitzer. Ao estudar os efeitos do colesterol nas plantas, ele descobriu uma substância (benzoato de colesterilo) que, ao ser aquecida, assumia um estado intermediário, não passando de sólido para líquido, como acontece com outras substâncias.

A atual utilidade da descoberta só surgiu na década de 70, com as pesquisas dos físicos suíços Wolfgang Helfrich e Martin Schadt. Eles descobriram o efeito eletroóptico nemático torcido, que continua sendo a base da maior parte dos mostradores de cristais.

Cada televisor de tela plana necessita apenas de dois a quatro gramas do precioso líquido. Mesmo assim, para atender à demanda prevista para os próximos anos, a Merck pretende triplicar sua capacidade de produção, de 50 toneladas ao ano. Para isso, ela construiu uma nova unidade na Alemanha, que começará a funcionar em 2004. O grupo alemão fornece 60% do cristal líquido produzido no mundo.

Os outros três projetos que concorreram ao tradicional prêmio concedido pelo presidente alemão foram um biochip que permite mover células vivas sem tocá-las, um assistente eletrônico pessoal para visitantes de feiras e exposições e um sistema de segurança para automóveis que reage em situações de perigo, fechando, por exemplo, a capota do conversível ou apertando os cintos de segurança.