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Presidente alemão pede compaixão com refugiados

24 de dezembro de 2014

Em discurso de Natal, chefe de Estado exorta alemães a aceitarem imigrantes e confiarem nas instituições democráficas. Sem citar protestos contra leis alemãs de asilo, Gauck diz que tais sentimentos "são minoria".

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Foto: picture-alliance/dpa/M. Sohn

Em seu discurso anual de Natal, o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, pediu compreensão e abertura para a aceitação de refugiados. Ele disse que vê muitos alemães dispostos a isso, afirmando ser este um "sinal claro de humanidade".

"Sempre que possamos contribuir para a manutenção da paz ou para aliviar o sofrimento, para que possamos construir um futuro melhor, então devemos fazer tudo que estiver em nosso alcance para isso", disse o chefe de Estado em sua mensagem.

Gauck exortou os alemães para que "não tenham medo" do mundo ao seu redor, mas que tentem entender as responsabilidades da sociedade em lidar com as demandas externas, e para que "confiem em nossos valores, em nossa força e nas nossas instituições democráticas".

Protestos contra imigração

O discurso ocorre após uma série de protestos contra a imigração e o Islã realizados semanalmente às segundas-feiras na cidade de Dresden e organizados pelo movimento Pegida, sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente".

Entre outras bandeiras, o grupo defende o endurecimento das leis para asilo e protesta contra o sistema de imigração na Alemanha, que se tornou o destino número um da Europa para requerentes de asilo – cuja origem incluem países de maioria muçulmana como a Síria, Iraque e Afeganistão, assim como várias nações africanas e dos Balcãs.

O mais recente protesto em Dresden atraiu um recorde de 17.500 pessoas. No entanto, milhares também se juntaram em contra-manifestações. Gauck não citou nominalmente o movimento Pegida, mas disse que tais sentimentos "estão em minoria".

"O fato de que a grande maioria de nós não seguem aqueles que querem fechar a Alemanha tem sido uma experiência verdadeiramente encorajadora para mim neste ano", ressaltou. Ele disse que as soluções para os problemas mais amplos não podem ser encontradas "com os olhos cheios de medo".

MD/dpa/afp