Presidente alemão propõe homenagem às vítimas da covid-19
5 de setembro de 2020O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, propôs neste sábado (05/09) a realização de uma cerimônia oficial em homenagem às vítimas da covid-19. Além de lembrar aqueles que morreram com o coronavírus, o ato também ajudaria a trazer conforto às suas famílias, segundo ele.
"A morte por covid-19 é uma morte solitária", disse Steinmeier em entrevista ao grupo de mídia Redaktionsnetzwerk Deutschland (RND). "Precisamos ajudar as pessoas em sua dor e pensar sobre como expressar nossa simpatia".
Grande parte daqueles que morreram com o novo coronavírus na Alemanha não teve a chance de se despedir de seus familiares, por terem sido isolados durante o tratamento para evitar que o vírus se espalhasse. Segundo Steinmeier, muitos dos parentes das vítimas também não tiveram a oportunidade de dizer adeus. "Isso é uma tortura para a alma", acrescentou.
Com a cerimônia, Steinmeier também deseja mostrar que a dor destes familiares não foi esquecida. O presidente disse que precisa ainda conversar com outras autoridades governamentais para confirmar a realização do ato.
Apesar de a Alemanha não ter registrado tantas mortes como outros países europeus duramente atingidos pela pandemia, Steinmeier lembrou que o número de mortos por covid-19 já é três vezes maior do que o causado por acidentes de trânsito em um ano. "Não devemos ignorar isso."
As declarações do presidente ocorrem num momento em que a Alemanha enfrenta um aumento no número de casos. De acordo com o Instituto Roberto Koch (RKI), responsável pelo controle de doenças infecciosas no país, 1.378 novas infecções foram registradas em 24 horas, elevando o total de casos para 248.997. Ao todo, 9.324 pessoas morreram em decorrência da covid-19 no país desde quando o primeiro caso foi registrado no início deste ano.
Na entrevista, Steinmeier comentou ainda o aumento das críticas em relação às medidas impostas pelo governo para conter a pandemia. Ele disse entender a crescente preocupação da população. "Portanto, é importante falar abertamente sobre o significado das medidas, que são pesadas para todos", frisou. Para ele, o recuo das taxas de novas infecções e as aberturas possibilidades por isso são "argumentos convincentes para permanecer no caminho da cautela".
O presidente também disse não acreditar que um segundo lockdown será necessário e afirmou estar otimista que uma vacina será lançada em breve. "Há uma luz no fim do túnel, porém, não sabemos quão longa ainda é a estrada. Por isso, a população não deve diminuir os esforços e a disciplina."
CN/afp/ots