Presidente francês defende caricatura de Maomé de "Charlie"
17 de janeiro de 2015O presidente francês, François Hollande, respondeu no sábado (17/01) aos protestos contra o Charlie Hebdo que ocorrem em vários países muçulmanos. Em visita à cidade de Tulle, ele disse que a liberdade de expressão é uma parte fundamental dos "ideais" e dos "valores" da França.
"Vemos que há tensões no exterior, onde as pessoas não entendem esse apego à liberdade de expressão, porque elas foram privadas dela", disse. "Mas nós também apoiamos estes países na luta contra o terrorismo, e por isso eu gostaria de novamente expressar minha solidariedade com eles, ao mesmo tempo, no entanto, a França tem seus princípios e tem seus valores. E a liberdade de expressão é, notadamente, um desses", acrescentou o chefe de Estado.
Mortes no Níger
No Níger, três civis e um policial morreram na sexta-feira durante protesto, realizado na cidade de Zinder, segunda maior do país, contra a caricatura de Maomé publicada na última edição do semanário satírico francês. Ao menos outras 45 pessoas foram feridas.
Em Gaza, foram encontradas na manhã deste sábado pichações na parede de um centro cultural francês de frases como "vão para o inferno, jornalistas franceses". Na sexta-feira, houve confrontos entre polícia e manifestantes em Karachi, no Paquistão, onde um fotógrafo da agência de notícias francesa AFP foi baleado e gravemente ferido.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, também condenou, através de comunicado, a edição pós-atentado do Charlie Hebdo, chamando-a de um grande insulto ao Islã e os muçulmanos. Ghani sublinhou que "a liberdade de expressão deve ser usada de uma forma construtiva, em uma tentativa de promover a coexistência pacífica entre as religiões".
"Charlie" sumiu das bancas alemãs em minutos
Na Alemanha, exemplares do número mais recente do semanário foram vendidos neste sábado. Somente poucos milhares estiveram à venda e se esgotaram em alguns minutos. Em algumas bancas, houve filas para comprar o jornal, mas muitos fregueses saíram decepcionados.
Na loja de revistas da estação central de Berlim, 100 pessoas esperavam a abertura da porta do estabelecimento desde as 5h. Entretanto, somente os dois primeiros clientes conseguiram levar o periódico, já que só havia dois exemplares à venda.
Na estação central de Hamburgo, só foram vendidos 7 exemplares. Segundo fontes ligadas a distribuidores de jornais, bancas alemãs receberam menos que 10 mil exemplares, em um primeiro lote.
MD/dpa/afp