Preso trio suspeito de planejar ataque em Veneza
30 de março de 2017A polícia italiana prendeu nesta quinta-feira (30/03) três kosovares simpatizantes da organização terrorista "Estado Islâmico" (EI), sob suspeita de operarem uma célula jihadista com planos de realizar ataques em Veneza e de viajar à Síria para se juntarem aos combatentes extremistas.
Os detidos são Fisnik Bekaj, de 24 anos, morador da província de Treviso; Dale Haziraj, de 25 anos, e Arjan Babaj, de 27 anos, ambos residentes em Veneza. Todos eles têm permissão de residência válida e trabalhavam como garçons em um restaurante da cidade. Além dos três supostos jihadistas, um menor de idade foi detido por supostamente fazer parte do grupo, que vinha sendo investigado há meses.
As detenções foram antecipadas pelas autoridades italianas após seus comentários exaltando o ataque em Londres de 22 de março, no qual morreram quatro pessoas. Naquele dia, Khalid Masood, um britânico de 52 anos que adotou esse nome ao se converter ao islã, atropelou com um veículo várias pessoas na ponte de Westminster e tentou entrar armado com uma faca no Parlamento britânico.
Os três detidos começaram a avaliar a possibilidade de realizar um ataque em Veneza, colocando uma bomba na ponte de Rialto, famoso ponto turístico, constataram os investigadores em escutas telefônicas.
"Você irá direto para o paraíso por causa de todos os infiéis em Veneza. Coloque uma bomba em Rialto", teria dito um dos detidos ao telefone.
Bekaj, Haziraj e Babj foram detidos durante a madrugada desta quinta-feira numa casa em Veneza, perto do teatro La Fenice. Também foram feitas buscas em dez apartamentos da cidade e em outros dois em Treviso e Mestre, localidades vizinhas.
Ideologia jihadista
Durante uma entrevista coletiva, o procurador-geral de Veneza, Adelchi D'ippolito, explicou que os kosovares tinham baixado da internet manuais de combate corpo a corpo com facas e outros vídeos de propaganda do "Estado Islâmico".
Segundo o procurador, os detidos também "realizavam simulações para tentar fabricar explosivos em casa" e todos eles demonstravam nas escutas telefônicas "grande adesão à ideologia do EI".
A investigação começou em 2016, quando um dos detidos retornou de uma viagem à Síria e passou a ter seus computadores e telefones monitorados pelas autoridades, além de suas visitas à mesquita de Mestre. Segundo D'Ippolito, ao menos outros três kosovares também estão sob investigação para averiguar seus laços com os detidos.
Em declaração, o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, agradeceu à polícia por "derrubar uma célula jihadista perigosa e ativa no centro da cidade". O ministro do Interior da Itália, Marco Minniti, também parabenizou as forças de segurança do país pelo "ótimo trabalho realizado para a prevenção do terrorismo".
PV/efe/rtr