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PolíticaSuécia

Primeira-ministra sueca admite derrota para bloco de direita

14 de setembro de 2022

Magdalena Andersson confirmou que dados preliminares das acirradas eleições do final de semana mostram vitória dos direitistas e ultradireitistas. Ela deve colocar o cargo à disposição nesta quinta-feira.

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Magdalena Anderson fala em frente a uma bandeira da Suécia
Magdalena Andersson é a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra da SuéciaFoto: Fredrik Sandberg/TT/picture alliance

A primeira-ministra social-democrata da Suécia, Magdalena Andersson, de centro-esquerda, admitiu nesta quarta-feira (14/09) a derrota para o bloco de direita e ultradireita nas acirradas eleições do fim de semana, mesmo com alguns votos ainda a serem apurados.

Andersson disse que o "resultado preliminar é claro o suficiente para tirar uma conclusão" de que suas forças de centro-esquerda perderam o poder. Em 2021, ela se tornou a primeira mulher no cargo e liderou o país em sua histórica tentativa deingressar na Otan após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Ela deve colocar o cargo à disposição nesta quinta-feira. 

De acordo com as mais recentes contagens, o bloco de direita e ultradireita formado por quatro legendas e liderado pelo conservador Partido Moderado, de Ulf Kristersson, deve conquistar 176 das 349 cadeiras do Parlamento sueco. Já o atual bloco governista de Anderson teria 173 assentos. O resultado ainda precisa ser confirmado oficialmente, o que deve ocorrer até o fim de semana.

Também nesta quarta-feira, Jimmie Akesson, líder do ultradireitista Democratas Suecos, declarou vitória para seu bloco dizendo que a sigla seria "uma força construtiva e motriz neste trabalho" de reconstrução da segurança na Suécia. "É hora de colocar a Suécia em primeiro lugar", afirmou.

Ascenção da ultradireita

A eleição constitui um divisor de águas na política sueca com os Democratas Suecos anti-imigração, evitados por todos os principais partidos quando entraram no Parlamento pela primeira vez em 2010, prestes a ganhar influência sobre a política de governo. Eles devem conquistar 20,6% dos votos, ultrapassando a maior força de direita, o Partido Moderado, que deve obter 19,1%.

O Democratas Suecos têm suas raízes no movimento nacionalista branco e, apesar de ter expulsado alguns extremistas nos últimos anos, enfrentava resistência entre os suecos. Caso a liderança do bloco de direita se confirme, será a primeira vez que ultradireitistas integram parte do governo sueco.

Os social-democratas de Andersson estão no poder há oito anos. A primeira-ministra atualmente lidera um governo minoritário composto apenas por seus correligionários, com o apoio do liberal Partido do Centro, da Esquerda e dos verdes.

Campanha com foco na segurança

A campanha teve a segurança como um dos temas de maior destaque, após uma onda de tiroteios envolvendo gangues, ao mesmo tempo que a alta da inflação e a crise energética que se seguiu à invasão da Ucrânia ocupam cada vez mais o centro das atenções.

Oito partidos concorreram nas eleições parlamentares, todos pertencentes ao bloco de centro-esquerda ou ao conservador.

A apuração acirrada pode gerar complicadas negociações para formação de governo. O conservador Kristersson começou recentemente a alinhar seus interesses com o Democratas Suecos.

le/av (AP, Reuters, Lusa, ots)