Novidade no ar
8 de julho de 2009De forma silenciosa e sem liberar gás carbônico (CO2), o Antares DLR-H2 sobrevoou o aeroporto de Hamburgo por cerca de 10 minutos na terça-feira (07/07). O avião, desenvolvido pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR, do alemão) em cooperação com a empresa Airbus, traz sob as asas uma célula de combustível e um tanque de hidrogênio.
A célula de combustível do Antares DLR-H2 é uma espécie de bateria que libera energia a partir de uma reação química entre hidrogênio e oxigênio. Com isso, o avião dispensa o uso de combustíveis fósseis, como diesel e querosene.
Eficiência
O diretor da DLR, Johann-Dietrich Wörner, ficou satisfeito com o primeiro voo oficial da aeronave. "Melhoramos a produtividade e a eficiência da célula de combustível ao ponto de fazermos decolar um avião tripulado", comemorou. O entusiasmo de Wörner faz sentido, já que a eficiência da propulsão da aeronave alemã chega a 44%, o dobro do que os motores a diesel ou querosene costumam atingir.
O Antares tem 20 m de envergadura. Ele pode decolar com até 95 km/h e chega a voar a 170 km/h, mas sua velocidade média é 115 km/h. Em uma viagem de longa distância, espera-se que sejam percorridos 750 km em cinco horas. O primeiro voo em percurso longo está programado para o dia 20 de setembro, saindo do aeroporto de Colônia.
Futuro próximo
A construção da aeronave teve início no começo de 2008. "Na época éramos cinco, depois passamos a ser entre oito e dez pessoas", conta Josef Kallo, responsável pelo projeto, que além do DLR teve a participação da Airbus, Lange Aviation, Basf Fuel Cells e Serenergy, esta uma empresa da Dinamarca. Os pesquisadores do DLR pretendem continuar cooperando com a Airbus e a Lufthansa para adaptar a tecnologia ao mercado.
Apesar do sucesso do Antares DLR-H2, o diretor do Instituto para Termodinâmica Técnica do DLR, Hans Müller-Steinhagen, é cauteloso: "Este é ainda o início de uma nova tecnologia. Pensar que aviões de grande porte já poderão voar amanhã com células de combustível está distante da realidade." A princípio, Müller-Steinhagen acredita que as células de combustível possam servir para gerar a energia elétrica usada a bordo de aviões de passageiros.
EH/dpa/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer