Protestos pró e contra Pegida em Leipzig
11 de janeiro de 2016Pelo menos 2 mil de pessoas se reuniram nas ruas de Leipzig, nesta segunda-feira (11/01), para protestar contra uma manifestação da célula local do movimento anti-imigração Pegida (sigla em alemão para "Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente"), o Legida.
A marcha foi convocada por uma aliança composta por membros da política, de sindicatos, áreas culturais e agremiações, além dos partidos Social-Democrata (SPD), Verde e A Esquerda. Após a tradicional oração pela paz na Igreja de São Nicolau, centenas de pessoas formaram uma corrente com velas ao longo do anel interno da cidade.
De acordo com uma organização alemã que analisa os movimentos pró e contra imigração, entre 2.300 e 2.800 pessoas participaram da vigília.
Mas também simpatizantes do movimento anti-islã foram às ruas em Leipzig. Com o apoio da iniciativa de Dresden, o Pegida, centenas de pessoas se reuniram no que é considerado a data de fundação do Legida. Segundo estimativas de observadores, a manifestação contou com entre 1.500 e 2.000 pessoas.
A polícia local não desmentiu os números, mas também não divulgou dados oficiais sobre a quantidade de participantes nas manifestações. O líder do Pegida, Lutz Bachmann, também esteve em Leipzig.
Tumulto de hooligans
Com um grande contingente de policiais, as forças de segurança conseguiram evitar o confronto entre simpatizantes das cenas de direita e esquerda. Porém, no distrito de Connewitz, houve confusão envolvendo 250 pessoas mascaradas. Eles lançaram fogos de artifício contra vitrines de lojas, de acordo com a polícia.
Tratava-se de membros da cena radical do futebol. Em sua conta oficial no Twitter, a polícia local comunicou que os baderneiros foram detidos e que a situação estava sob controle. Connewitz é considerada um reduto da cena da esquerda radical em Leipzig.
Antes das manifestações, um incêndio criminoso foi iniciado na linha férrea que liga Dresden a Leipzig, segundo comunicado da Polícia Federal alemã. A rota foi fechada.
Em meados de dezembro, houve tumulto envolvendo radicais de esquerda paralelo a um ato de extremistas de direita. Além disso, em outras prévias de manifestações do Legida também houve ataques contra linhas ferroviárias na região.
PV/dpa/afp