Proteção do clima: cresce fosso entre europeus e americanos
15 de abril de 2002No encontro dos ministros do Meio Ambiente dos principais países industrializados e da Rússia, realizado neste fim de semana em Banff, no Canadá, tornaram-se evidentes as diferenças entre os dois países norte-americanos e os demais participantes no que diz respeito à proteção do clima e ao Protocolo de Kyoto.
A crítica dos europeus ao governo dos EUA pela recusa de assinar o Protocolo de Kyoto acabou dominando o encontro, embora o assunto oficialmente não fizesse parte da ordem do dia. Mas também o Canadá se viu exposto a críticas. Inicialmente defensores da ratificação do protocolo, os canadenses estão mudando de atitude, com receio de que sua indústria fique em posição de desvantagem frente às empresas americanas.
A política dos EUA foi criticada sobretudo pelos países da União Européia. A comissária européia para assuntos do meio ambiente, Margot Wallström, acusou Washington de enfraquecer o Protocolo de Kyoto com sua atitude.
O ministro alemão, Jürgen Trittin, foi mais claro ainda em sua crítica, pondo em dúvida os argumentos econômicos dos americanos contra o protocolo. Afinal, a Alemanha também conseguiu reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa sem prejudicar a economia. Em sua opinião, a motivação de Bush é de caráter político: ele não quer indispor o eleitorado contra si, exigindo do povo mudanças em seus hábitos de consumo.
A ministra norte-americana, Christie Whitman, confirmou que os EUA não vão assinar o Protocolo de Kyoto. Ao mesmo tempo, porém, anunciou que seu país quer reduzir a emissão dos gases prejudiciais em 18%, nos próximos 15 anos.
Na declaração final, divulgada no domingo (14), os oito ministros reforçaram estar decididos a "medidas enérgicas" para a proteção do clima. Só que não deram nenhum passo à frente, nem tomaram decisões concretas. (lk)