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Pyongyang prepara mísseis para atacar EUA e Coreia do Sul

29 de março de 2013

Líder norte-coreano odena que generais coloquem mísseis a postos para possível retaliação contra exercícios militares norte-americanos e sul-coreanos. Supostos alvos são EUA, Coreia do Sul e ilhas no Pacífico.

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Foto: picture-alliance/dpa

Em resposta aos exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, o líder norte-coreano Kim Jong-Un ordenou nesta sexta-feira (29/03) que seus principais generais colocassem mísseis de prontidão para um eventual ataque a bases norte-americanas localizadas nos EUA, Coreia do Sul e região do Oceano Pacífico. As informações são da Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA, em inglês).

De acordo com essa fonte, as armas seriam usadas como retaliação aos exercícios militares conjuntos realizados pelos EUA e a Coreia do Sul nesta quinta-feira, nos quais foram usados bombardeiros B-2 com capacidade para carregar armas nucleares.

Pyongang deu a entender que os mísseis podem ser lançados a qualquer momento contra alvos na área continental dos Estados Unidos e bases militares no Havaí, Guam e em outras zonas do Oceano Pacífico, além da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte voltou a acusar os EUA de estarem preparando uma guerra nuclear ao realizar voos no espaço aéreo norte-coreano com os aviões B-2. A Casa Branca insistiu que as manobras na Coreia do Sul foram exercícios de defesa, não de ataque.

Rússia teme escalada de conflito

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, viaja na próxima semana para Seul, Tóquio e Pequim, a fim de debater a situação na península coreana. Seu homólogo russo, Serguei Lavrov, teme que o conflito entre as duas Coreias se agrave.

"A situação poderia sair do controle e está se convertendo num círculo vicioso", afirmou o ministro russo das Relações Exteriores. De acordo com a revista alemã Der Spiegel, Lavrov teria pedido às duas partes que desistam da prova de força, evitando o risco de uma confrontação militar.

Nordkorea Rakete Waffen Bedrohung
Pyongyang acirra a retórica bélicaFoto: imago/Xinhua

O secretário da Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse a jornalistas no Pentágono que o país estaria preparado para lidar com qualquer eventualidade. Ele criticou Pyongyang pela retórica ameaçadora adotada desde o início dos exercícios conjuntos com os sul-coreanos.

"Os norte-coreanos têm que entender que o que eles estão fazendo é muito perigoso", disse Hagel. "Devemos deixar claro que essas provocações por parte da Coreia do Norte são levadas muito a sério, e vamos responder a elas."

Todas as comunicações suspensas

De acordo com especialistas, a Coreia do Norte não possui capacidade técnica para realizar um ataque direto contra os Estados Unidos. Mesmo assim, Washington e a Seul temem novas provocações militares.

Após realizar um teste nuclear em 12 de fevereiro último, a Coreia do Norte recebeu novas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) e acirrou sua retórica bélica desde o início dos exercícios militares na Coreia do Sul, neste mês.

Na quarta-feira, o país cortou a linha de comunicação direta com a Coreia do Sul: esse "telefone vermelho" militar era a última ligação telefônica existente entre os dois Estados, destinada a uma emergência extrema. Segundo Pyongyang, ela não será retomada enquanto perdurarem os "os atos hostis e anacrônicos do Sul".

"Numa situação em que, a qualquer momento, uma guerra pode eclodir, a comunicação Norte-Sul não é mais necessária", declarou o chefe da delegação norte-coreana para o diálogo militar com Seul. O governo de Seul afirma que suas operações conjuntas com os Estados Unidos são rotineiras, e pediu que o país vizinho restabeleça a linha direta.