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Quão perigosas são as drogas realmente?

Fabian Schmidt (ca)Publicado 20 de maio de 2015Última atualização 23 de maio de 2023

Nem todas as drogas perigosas são proibidas e nem todas as drogas proibidas são mais perigosas do que as permitidas. Saiba mais sobre drogas lícitas e ilícitas e seus efeitos no organismo.

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Pílulas coloridas dispostas na forma de flores sobre fundo branco
Pílulas de ecstasy, droga sintética popular em festasFoto: Fotolia/Eugen Wais

Que drogas devem ser proibidas e o que se pode atingir ao legalizar algumas delas? Esse é um debate que está sendo conduzido de forma fervorosa por legisladores em muitos países.

Nessa disputa, o componente cultural tem influência especial. A DW baseou-se em fatos para fazer um levantamento sobre as drogas mais conhecidas, o seu potencial de vício, os riscos que elas oferecem e a sua aceitação ou rejeição na sociedade.

Anfetamina e metanfetamina

Até os anos 1970, a anfetamina foi utilizada na medicina como medicamento antidepressivo, inibidor de apetite e na terapia contra a asma. A droga já foi utilizada como estimulante por soldados, e é hoje popular na cena techno. Ela inibe o cansaço, mas pode causar insônia, tremores e palpitações, levando, nos casos mais graves, a um ataque cardíaco ou um derrame cerebral.

Como a anfetamina é principalmente inalada, o septo nasal pode se dissolver. Seu potencial de dependência é intermediário (1,67 de uma escala que vai até 3,0). Delírios paranoicos, depressão e psicose também são possíveis efeitos da droga.

Uma série progressiva de fotos policiais mostra os efeitos do uso de metanfetamina em rosto de mulher ao longo de dez anos.
Campanha contra o uso de metanfetamina nos EUAFoto: Tim Sloan/AFP/Getty Images

A metanfetamina ou "crystal meth" é mais perigosa do que a anfetamina. Ela leva muito mais rápido à dependência psicológica. Seu potencial de dependência está entre 2,39 e 3,0, e os viciados precisam de doses cada vez maiores. Dependentes de metanfetamina perdem peso rapidamente, as mucosas da boca e do nariz se dissolvem, e os dentes caem.

Ópio e heroína

A heroína é feita a partir da morfina, o principal componente do ópio bruto, ou seja, é retirada da flor da papoula. A morfina é legalizada como analgésico. A substância deve ser usada somente em caso de dores muito fortes, como no caso da medicina paliativa ou também para o alívio de dores agudas após um ataque cardíaco.

Diferentemente da morfina, a heroína (potencial de dependência 3,0) age não somente de forma analgésica, mas também provoca euforia e perturba o sono.

Em caso de overdose, o consumo de ambas as drogas pode levar a uma parada respiratória. Esse perigo é particularmente elevado entre os viciados que usam a heroína em combinação com álcool ou soníferos.

Cocaína e crack

A cocaína (potencial de dependência: 2,39) é uma substância extraída da planta de coca. Misturada ao fermento, obtém-se o crack. A cocaína provoca euforia, inibe a fome e a fadiga. Por muito tempo, foi a droga preferida de quem que combinar festa com a carreira profissional.

No entanto, quem cheira cocaína paga um preço alto: pulso acelerado, contração dos vasos sanguíneos, aumento da pressão arterial e risco de ataque cardíaco. O uso prolongado pode levar de alucinações a psicose irreversível. Quem fuma cocaína destrói a mucosa oral; quem a cheira, o septo nasal.

Particularmente no caso do crack, a dose letal é quase incalculável, porque a droga atua de forma muito mais forte do que a cocaína. Além disso, o potencial de dependência do crack (acima de 3,0) supera o da heroína, nicotina e do álcool.

LSD

A dietilamida do ácido lisérgico ou LSD é uma droga sintética que leva a uma percepção acentuada do entorno. Nas décadas de 1960 e 1970, o LSD era visto como droga usada pelos hippies para a expansão da consciência.

Em pessoas com predisposição especial, o LSD pode levar a um estado irreversível de psicose. O perigo de um envenenamento letal, no entanto, é menor que no caso do álcool ou nicotina. Além disso, seu potencial de dependência se encontra na parte inferior da escala (1,23).

Mas o perigo de acidentes após a ingestão de LSD é significativo, já que o usuário avalia o seu entorno de forma completamente errônea, agindo irracionalmente devido a alucinações e delírios psicóticos. Sob o efeito do LSD uma pessoa pode pular da janela, acreditando poder voar.

Álcool e nicotina

Entre as drogas com "potencial de dependência moderado", o álcool está à frente (1,93) da maconha, do LSD, de muitos soníferos, da anfetamina e até mesmo de outra droga sintética para festas: o ecstasy. Com o tempo, a dependência do álcool destrói órgãos internos, como o fígado e pâncreas, além de prejudicar a musculatura e o metabolismo.

Duas pessoas brindam com copos de cerveja.
Consumo excessivo de álcool pode destruir órgãos internosFoto: picture-alliance/dpa

E o cigarro tem um potencial de dependência (2,21) ainda maior, sendo superado somente pelo crack, cocaína e heroína. Anualmente, entre 100 mil e 120 mil pessoas morrem devido a causas relacionadas ao cigarro. Assim, o tabaco e o álcool estão entre as drogas mais perigosas.

Maconha

Em cada vez mais países, legisladores discutem a legalização da maconha para tratamento medicinal, como analgésico ou estimulante de apetite em casos de infecção por HIV ou no tratamento do câncer. A substância THC (tetra-hidrocanabinol), encontrada na maconha, é relaxante e analgésica. Seu potencial de dependência (1,51) é considerado "médio".

O consumo de THC leva, a princípio, a uma percepção mais intensa do entorno, principalmente da música, do paladar e da noção de tempo. Entre os típicos efeitos colaterais, está a fome aguda -  a famosa "larica".

A longo prazo, no entanto, o consumo de maconha pode levar à redução da capacidade de aprendizagem e raciocínio, possivelmente por uma alteração do fluxo sanguíneo no cérebro.