Quase um terço dos alemães defende posições xenófobas
8 de novembro de 2018Atitudes xenófobas estão se tornando cada vez mais socialmente aceitáveis na Alemanha, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (07/11). Quase um terço dos alemães disse acreditar que o país sofre atualmente uma "infiltração estrangeira” perigosa.
O estudo da Universidade de Leipzig mostrou ainda que, entre 2016 e 2018, o número de entrevistados que expressaram declarações xenófobas passou de 20,4% para 24,1%. O nível ainda é menor do que os 25% registrado nos primeiros anos da pesquisa, que começou em 2002.
Já 6% dos alemães possuem um posicionamento claro de extrema direita. Esse foi o maior nível registrado nos últimos quatro anos, porém, ainda é menor do que em 2002, quando os extremistas de direita eram 9,7%.
O estudo revelou ainda que o antissemitismo diminui em comparação a 2016, porém, o preconceito contra muçulmanos, sinti e roma cresceu. Cerca de 56% dos entrevistados disseram que, com a presença de muçulmanos, se sentem estrangeiros em seu próprio país, um aumento de 13 pontos percentuais em relação há quatro anos.
Segundo os pesquisadores, o medo da "infiltração estrangeira” é maior em regiões onde vivem menos imigrantes, com exceção do estado da Baviera, que possui muitos descendentes de imigrantes e, mesmo assim, tem um nível alto deste tipo de temor.
A pesquisa também questionou entrevistados em qual partido votariam se as eleições fossem no próximo fim de semana. 55% dos que expressaram posições xenófobas disseram ser eleitores do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD). Já 13,1% dos apoiadores da legenda afirmaram ser a favor de uma ditadura autoritária de direita.
Para a pesquisa foram entrevistados 2.416 alemães, entre maio e junho, em diversas regiões do país.
CN/dpa/kna
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