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Rússia chama inquérito sobre morte de Litvinenko de piada

21 de janeiro de 2016

Kremlin afirma que inquérito sobre a morte do ex-espião é exemplo do humor britânico. Investigação concluiu que Putin aprovou o assassinato de Litvinenko com polônio 210.

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Ex-agente russo Alexander Litvinenko em Foto de 1998. Ele foi morto por envenenamento em 2006, em LondresFoto: Reuters/V. Djachkov

O Kremlin afirmou, nesta quinta-feira (21/01), que o inquérito britânico sobre a morte do ex-espião russo Alexander Litvinenko – que concluiu haver um eventual envolvimento do presidente Vladimir Putin – parece ser uma "piada", salientando a ausência de provas concretas no processo.

"Talvez seja uma piada", disse o porta-voz Dmitri Peskov, em declarações a jornalistas. "O mais provável é que possa ser atribuído ao humor britânico", ironizou, destacando que o processo foi feito a partir "de informações confidenciais de serviços secretos não identificados".

As conclusões do inquérito "foram realizadas com base em informações pouco convincentes, com um uso abundante de palavras como 'possivelmente' e 'provavelmente'", acrescentou Peskov, afirmando ainda que o "pseudo-inquérito" poderá "adicionar mais veneno à atmosfera das nossas relações bilaterais".

"Tal terminologia não é permitida na nossa prática judicial nem é permitida na prática judicial de outros países e certamente [o inquérito] não pode ser considerado por nós como um veredicto em qualquer das suas partes", reforçou.

As conclusões de um inquérito oficial sobre a morte de Litvinenko, divulgadas nesta quinta-feira por um juiz britânico, afirmam que Putin "provavelmente aprovou" o assassinato em Londres do ex-espião do serviço secreto soviético. O crime teria sido executado por dois agentes russos, afirma o relatório final.

O relatório sustenta que Putin e membros do seu governo, incluindo o Serviço Federal de Segurança (FSB), tinham motivos para matar o ex-agente. O Kremlin já havia sido acusado pelo assassinato de Litvinenko em outras ocasiões, mas sempre negou qualquer envolvimento no caso.

"Tomando conhecimento de todas as evidências e análises disponíveis, descobri que uma operação do FSB para matar Litvinenko foi provavelmente aprovada por Nikolai Patrushev [ex-diretor do FSB] e também pelo presidente Putin", afirma o relatório, de responsabilidade do juiz Robert Owen.

Litvinenko, de 43 anos, morreu envenenado com polônio 210 no final de novembro de 2006, três semanas depois de um encontro no Millennium Hotel, no centro de Londres, com dois ex-agentes russos, Andrei Lugovoi – atualmente deputado por um partido nacionalista – e Dmitri Kovtun, empresário.

PV/lusa/ap/afp/rtr