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Ratko Mladic inicia defesa em Haia

19 de maio de 2014

Apelidado de "Carniceiro da Bósnia", general nega ter ordenado atrocidades sérvias durante o conflito. Ele é acusado de crimes de guerra e lesa-humanidade e pode enfrentar pena de prisão perpétua.

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Foto: picture-alliance/dpa

Acusado de genocídio, crimes de guerra e lesa-humanidade, o general sérvio-bósnio Ratko Mladic iniciou nesta segunda-feira (19/05) sua defesa no Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPI), em Haia. Se condenado, ele pode enfrentar pena de prisão perpétua.

Como primeira testemunha, Mladic chamou um ex-oficial do batalhão sérvio em Sarajevo, Mile Sladoje, que afirmou que as tropas agiram em legítima defesa durante o sangrento conflito de Sarajevo. "Havia ordens permanentes, só se poderia disparar em resposta ao inimigo", disse Sladoje, em comunicado lido pelo advogado de Mladic.

O juiz que preside o julgamento, Alphons Orie, deu aos advogados de Mladic 207 horas para interrogar testemunhas — exatamente o mesmo tempo que teve a acusação. A defesa pretende chamar 300 testemunhas para depor a favor de Mladic.

Mladic, de 72 anos, foi preso em 2011, após 16 anos foragido. Apelidado de "Carniceiro da Bósnia", ele nega 11 acusações de ordenar atrocidades durante a Guerra da Bósnia (1991-1995).

O ex-general é acusado de envolvimento no massacre de Srebrenica, cometido em junho de 1995 pelas forças militares sérvias bósnias e que deixou mais de 8 mil muçulmanos; e pelo prolongado cerco a Sarajevo, que durou 44 meses e teve cerca de 10 mil mortos.

BWS/dpa/afp