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SaúdeReino Unido

Reino Unido corre para evitar que cepa brasileira se espalhe

1 de março de 2021

Mesmo após suspender voos do Brasil, país registra seis casos de covid-19 com cepa originária de Manaus. Autoridades britânicas agora tentam identificar um dos infectados, que informou dados incorretos de contato.

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Cientista manuseia amostras de sangue
Casos ocorreram antes de o Reino Unido impor uma quarentena em hotéis para quem chega de países de alto riscoFoto: picture-alliance/AP Photo/J. Cairns

As autoridades de saúde do Reino Unido identificaram em seu território seis casos de infecção pelo coronavírus Sars-Cov-2 com a variante brasileira, batizada de P1. Pela primeira vez a cepa é registrada no país, que já tem lidado com outra mutação altamente contagiosa, a variante britânica B117.  

Dos seis casos identificados, três foram registrados na Inglaterra e três na Escócia, conforme anunciou no domingo (28/02) a agência governamental Public Health England (PHE). Um dos infectados ainda não foi identificado, e as autoridades britânicas agora correm para localizá-lo, antes que a variante se espalhe pelo território.

Especialistas suspeitam que a cepa brasileira, identificada originalmente em Manaus e considerada mais contagiosa, pode ser mais resistente às vacinas que estão em uso contra a covid-19 e ainda pode infectar pessoas que já tiveram a doença.

Devido a esse temor, os voos diretos entre Brasil e Reino Unido foram interrompidos em meados de janeiro. Os seis casos de contágio com a variante brasileira foram relacionados a pessoas que viajaram do Brasil ao Reino Unido fazendo escalas em outras cidades europeias no início de fevereiro.

As chegadas ocorreram antes de o Reino Unido impor uma quarentena de dez dias em hotéis para pessoas que vieram de países de alto risco, entre eles o Brasil.

Entre os três casos na Inglaterra, dois são membros de uma mesma família no sul de Gloucestershire, próximo à fronteira com o País de Gales, e estiveram no Brasil.

O terceiro caso não está vinculado a essa viagem. A pessoa ainda não foi identificada porque não preencheu corretamente um formulário com seus dados de contato. Ela é uma entre mais de um milhão de pessoas testadas entre 12 e 13 de fevereiro no Reino Unido.

A PHE afirmou que corre contra o tempo para localizar o infectado e está conduzindo testagens locais em massa para ver se a variante se espalhou pelas comunidades.

"Se você fez um teste no dia 12 ou 13 de fevereiro, e ainda não recebeu seus resultados, por favor, entre em contato", pediu o ministro para a Vacinação do Reino Unido, Nadhim Zahawi, em entrevista à rádio Times. "Estamos trabalhando com o sistema postal para tentar localizá-lo."

Os demais infectados com a variante brasileira são três residentes da Escócia que voltaram do Brasil, com escala em Paris e Londres, de acordo com as autoridades. Esses três contágios não estão ligados aos casos identificados na Inglaterra.

Os três residentes escoceses ficaram isolados por dez dias após sua chegada, conforme determinava a regulamentação do país. O governo escocês informou que já buscou contato com todos os passageiros do voo de Londres a Aberdeen, no qual viajaram as três pessoas infectadas.

Variantes no Reino Unido

Susan Hopkins, diretora de resposta estratégica da PHE para covid-19, disse que o Reino Unido tem encontrado mais variantes e mutações em comparação com outros países devido aos seus recursos avançados para o sequenciamento de genes.

No final do ano passado, o Reino Unido detectou uma variante mais transmissível do novo coronavírus. Acredita-se que a variante britânica tenha se originado perto de Londres e que ela causou um aumento acentuado de casos no território britânico e em outros lugares.

"O importante a lembrar é que a covid-19, não importa qual variante seja, espalha-se da mesma maneira. Isso significa que as medidas para impedir sua propagação não mudam", disse Hopkins. 

pv/ek (Efe, AP, Reuters)