Caso Litvinenko
16 de julho de 2007As investigações sobre o assassinato do ex-espião da KGB Alexander Litvinenko começam a ter as primeiras conseqüências concretas. Quatro diplomatas russos serão expulsos do Reino Unido, anunciou o ministro britânico das Relações Exteriores, David Miliband, nesta segunda-feira (16/07).
Essa é uma "reposta adequada à decisão extremamente decepcionante da Rússia" de não extraditar Andrei Lugovoy, principal acusado da morte de Litvinenko [por envenenamento radioativo em novembro do ano passado], explicou o ministro. Moscou condenou a decisão de Londres e também prometeu uma "resposta adequada".
Miliband acrescentou que também as negociações sobre facilidades para a concessão de visto a cidadãos russos serão suspensas e que haverá novas regras para vistos solicitados pelo governo russo. A maioria dos russos, porém, não sofrerá as conseqüências dessas novas regras, garantiu. Ele afirmou ainda que não se trata de uma medida "anti-Rússia".
O ministro anunciou que "vários aspectos" relacionados à cooperação entre a Rússia e o Reino Unido serão reavaliados. Segundo Miliband, o Reino Unido discutirá com outros países europeus a possibilidade de que futuramente exigências britânicas no caso Litvinenko possam ser consideradas também no diálogo UE-Rússia.
"Optamos por expulsar quatro diplomatas, quatro diplomatas em particular, para mandar um sinal claro e proporcional ao governo russo sobre a seriedade desse caso", disse Miliband, que, segundo a agência de notícias Reuters, também agradeceu o apoio da União Européia.
Reações de Moscou
O ministério russo das Relações Exteriores condenou a ameaça de expulsão de seus diplomatas como "encenação para politizar as investigações sobre o caso Litvinenko. A provocação não ficará sem resposta e terá sérias conseqüências para as relações britânico-russas", disse o porta-voz do ministério, Mikhail Kamynin, à agência de notícias Interfax.
"Queremos lembrar que também as autoridades britânicas se recusaram nos últimos tempos a extraditar cidadãos que cometeram crimes em outros países. Diante deste pano de fundo, a posição de Londres me parece imoral", declarou Karamynin. (rri/gh)