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Rembrandt é atração em Frankfurt

lk4 de fevereiro de 2003

Obras-primas de todas as fases de criação do mestre do claro-escuro compõem uma exposição singular, à mostra no Museu Städel de Frankfurt.

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"Amor" também faz parte da mostraFoto: AP

Rembrandt Rembrandt, à mostra no Museu Städel de Frankfurt, reúne 47 obras do mestre holandês, proporcionando uma visão abrangente da evolução do pintor ao longo de mais de 40 anos de criação. O quadro mais antigo da exposição — disposta em ordem cronológica — data de 1626 (o pintor tinha então 20 anos); o último foi pintado em 1669, ano de sua morte.

Viabilizada graças a empréstimos de museus e acervos das mais diferentes partes do mundo, a exposição só poderá ser vista nessa abrangência em Frankfurt. Antes, foi exibida em Kyoto, no Japão, onde atraiu 300 mil visitantes.

Corte transversal

Rembrandt Ausstellung in Frankfurt Selbstportrait mit Sturmhaube
Auto-retrato datado de 1634Foto: AP

Retratos e auto-retratos, quadros com motivos mitológicos e históricos, bem como inúmeras pinturas em formato pequeno apresentando estudos de cabeças, permitem acompanhar o desenvolvimento de Rembrandt: desde as primeiras pinceladas em auto-retratos que o mostram jovem, até o final solitário de uma vida repleta de altos e baixos, passando pela fase de reconhecimento que lhe conferiu um período abastado.

Ainda que faltem duas de suas obras mais conhecidas — O Homem com o Elmo de Ouro e Ronda Noturna —, a seleção inclui muitos pontos altos de sua criação artística, tais como Cegamento de Sansão e Bênção de Jacó. Os quadros são apresentados sobre fundo pintado de cinza em salas sem incidência de luz do dia. Focos de luzes direcionados a cada uma das pinturas dão um realce todo especial aos contrastes, dos quais Rembrandt foi o maior mestre.

Autoria questionada

Para Herbert Beck, diretor do Instituto de Arte Städel, "estava mais do que na hora de se realizar uma exposição como esta". Uma questão muito difícil em relação a Rembrandt — pintor muitas vezes copiado e também falsificado — é justamente a da autenticidade das obras. Ainda em 1900, atribuíam-se a ele oficialmente 1000 quadros, número que foi diminuindo nas décadas seguintes: em 1930, 600; em 1969, 420. No ano 2000, os historiadores de arte haviam reduzido a apenas 240 o número de pinturas de sua autoria cuja autenticidade não é questionada. Cerca de um quinto delas, portanto, está reunido no Städel de Frankfurt, até 11 de maio.