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Repsol pede compensação de US$ 10 bilhões por expropriação na Argentina

17 de abril de 2012

Presidente Cristina Kirchner anunciou expropriação da petrolífera YPF, subsidiária da espanhola Repsol. União Europeia alerta para consequências negativas da decisão.

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Foto: picture-alliance/dpa

A empresa petrolífera espanhola Repsol anunciou nesta terça-feira (17/04) que lutará por ao menos 10 bilhões de dólares em compensação à expropriação de 51% de sua subsidiária YPF feita pelo governo argentino.

"Essas atitudes não ficarão impunes", afirmou o presidente da Repsol, Antonio Brufau. Ele avaliou a YPF em 18 bilhões de dólares. Os 51% que o governo argentino expropriou equivaleriam, portanto, a 10,5 bilhões de dólares.

Brufau afirmou ainda que a Repsol vai defender uma arbitragem internacional sobre a decisão da Argentina de assumir o controle da YPF. A empresa espanhola detém 57,4% da subsidiária.

O governo da Espanha havia reagido já nesta segunda-feira, logo após o anúncio da expropriação, qualificando o gesto como hostil. Espanha e União Europeia já haviam alertado anteriormente a Argentina que a expropriação teria consequências negativas para o país sul-americano.

Em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse que a Argentina deve respeitar os acordos e obrigações internacionais. "Em particular as resultantes de um acordo bilateral sobre a proteção dos investimentos espanhóis", declarou.

Controle do Estado

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou nesta segunda-feira que decidiu expropriar a companhia petrolífera YPF, subsidiária da espanhola Repsol. Segundo Kirchner, a YPF passará a ser controlada totalmente pelo Estado e pelas províncias. A medida é mais um passo na intenção do governo argentino de atingir o auto-abastecimento energético.

"O patrimônio da YPF Sociedade Anônima é declarado sujeito à expropriação", diz o comunicado oficial divulgado durante uma cerimônia em Buenos Aires com a presença de Kirchner e dos ministros e governadores das províncias do país.

Conforme o documento, 51% vão pertencer ao Estado e os restantes 49% serão distribuídos entre as províncias produtoras. "Não vamos efetuar uma nacionalização", acrescentou Kirchner. "Vamos fazer uma recuperação e a companhia continuará a funcionar como sociedade anônima, com diretores profissionais", precisou.

"Esta presidente não responderá a qualquer ameaça", disse ainda. "Sou uma chefe de Estado, não uma vendedora de legumes", frisou. "Todas as empresas presentes no país, e mesmo que o acionista seja estrangeiro, são empresas argentinas", acrescentou.

AS/lusa/afp/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer