Rio 2016
2 de outubro de 2009O Rio de Janeiro foi escolhido nesta sexta-feira (02/10) em Copenhague, capital da Dinamarca, para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, dois anos após a Copa do Mundo no Brasil.
Em seu pronunciamento em prol da campanha do Rio de Janeiro, na tarde desta sexta-feira em Copenhague, o chefe de Estado brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, foi eloquente: ele instou os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) reunidos em Copenhague a apagarem a "mancha branca" no mapa olímpico, escolhendo pela primeira vez a América do Sul como palco do maior espetáculo esportivo do mundo.
Além disso, "entre as dez maiores potências econômicas do mundo", o Brasil é a única a jamais ter acolhido os Jogos Olímpicos, apelou, carismático, o presidente Lula durante a apresentação da candidatura do Rio de Janeiro. "O Rio está pronto. Deem-nos a chance e não se arrependerão", concluiu. A metrópole brasileira concorria pela quinta vez a ser a sede do torneio.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, membro do Comitê Olímpico Internacional com direito a voto, elogiou o pronunciamento de Lula. "Eu disse ao presidente – o qual conheço muito bem e há muito tempo – que seu discurso me tocou fortemente. Deveríamos ter uma espécie de sistema de rodízio também com os Jogos Olímpicos", afirmou.
Promessas e argumentos
O presidente do comitê Rio 2016, Carlos Nuzman, também presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), pedira aos membros do COI: "Abram a porta para um novo continente e façam avançar o movimento olímpico com nova energia". Ele ressaltou que, na história das Olimpíadas modernas, 30 dos Jogos se realizaram na Europa, cinco na Ásia, dois na Oceania e 12 na América do Norte – dos quais, oito nos EUA.
Rebatendo os pontos de crítica do COI, os membros do comitê responsável pela candidatura anteciparam que o Rio enfrentará o problema de segurança com um novo sistema policial. E o investimento necessário de 14 bilhões de dólares em infraestrutura tornará ainda mais forte a quinta maior potência econômica mundial, prometeram.
Para o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a Copa do Mundo de 2014 servirá de "trampolim para os mais notáveis Jogos da história". A festa de comemoração na Praia de Copacabana deverá durar até o domingo.
Votos e reações
As finalistas eram, além do Rio, Madri, Chicago e Tóquio. Na votação desta sexta-feira em Copenhague, Chicago foi a primeira cidade excluída, recebendo apenas 18 dos votos do Comitê Olímpico Internacional. A segunda votação eliminou Tóquio. Na rodada final, o Rio de Janeiro ganhou da capital espanhola por 66 votos contra 32.O presidente Lula comentou assim a vitória da metrópole carioca: "Hoje é um dia sagrado para mim!". O reconhecimento do êxito econômico e social do país o enche de orgulho e alegria, salientou, acrescentando tratar-se de uma vitória não apenas para o Brasil, como para a América do Sul.
Segundo Joseph Blatter foi "uma superdecisão! Agora as Olimpíadas encontram o futebol". Segundo o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero: "Assim é o esporte. O Rio teve uma candidatura excelente. Madri também, mas o Rio venceu. Isso dói muito!" A rainha Sofia da Espanha também se declarou "decepcionada".
AV/lusa/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer