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Rússia envia soldados à Venezuela

25 de março de 2019

Cerca de cem soldados, com um general à frente, chegam a território venezuelano em dois aviões, levando equipamento militar. Uma demonstração de força entre aliados, em meio à instabilidade em Caracas.

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Avião com bandeira russa é visto aeroporto internacional Simón Bolívar, em Caracas, neste fim de semana
Avião com bandeira russa é visto aeroporto internacional Simón Bolívar, em Caracas, neste fim de semanaFoto: Reuters/C. Jasso

Dois aviões militares russos transportaram militares e equipamentos à Venezuela neste fim de semana como parte das atividades de cooperação entre os dois países. As aeronaves levaram um general e cerca de 100 soldados, em uma demonstração de apoio e fortalecimento da aliança entre Caracas e Moscou.

De acordo com a agência de notícias semiestatal russa Sputnik, os aviões levaram autoridades à Venezuela com o objetivo de "realizar consultas". "A Rússia possui vários contratos em processo de cumprimento, contratos de natureza técnica militar", disse uma fonte anônima na embaixada da Rússia .

De acordo com a agência AP, que citou uma autoridade venezuelana não identificada, a visita tem o objetivo de discutir a manutenção de equipamentos, além de treinamentos e estratégia.

O site de rastreamento de aeronaves Flightradar24 mostrou que um avião de passageiros modelo Ilyushin IL-62 e um cargueiro militar modelo Antonov AN-124 deixaram o aeroporto militar russo de Chkalovsky com destino a Caracas na sexta-feira, tendo feito uma parada na Síria, onde a Rússia apoia o presidente Bashar al-Assad. Já o cargueiro deixou Caracas no domingo, segundo outro site de rastreamento de voos.

O repórter independente venezuelano Javier Mayorca escreveu no Twitter que o primeiro avião transportava o general Vasily Tonkoshkurov, chefe de gabinete das forças terrestres russas, e que o segundo levou 35 toneladas de equipamentos à Venezuela.

O transporte de soldados e equipamentos neste fim de semana ocorre após duas aeronaves de bombardeio russas modelo Tu-160, capazes de carregar armas nucleares, terem aterrissado na Venezuela em dezembro, em um sinal de suporte ao regime de Nicolás Maduro. O gesto irritou Washington.

Há cerca de três meses, Rússia e Venezuela também realizaram exercícios militares em solo venezuelano, o que Maduro classificou como um sinal de fortalecimento das relações com o Kremlin.

Na última quarta-feira, Maduro havia afirmado que a Rússia enviaria remédios para a Venezuela na semana seguinte, sem detalhar por quais meios eles seriam transportados.

A entrada de um comboio carregando ajuda humanitária da Colômbia para a Venezuela foi bloqueada por Maduro em fevereiro. A operação havia sido coordenada pela equipe do autoproclamado presidente interino e líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, com o apoio dos Estados Unidos.

Autoridades americanas e russas se encontraram em Roma para discutir a crise na Venezuela na semana passada, mas não chegaram a um acordo. A Rússia se diz preocupada com a possibilidade de os EUA estarem considerando uma intervenção militar na Venezuela. Por sua vez, os EUA afirmam estarem se concentrando em esforços econômicos e diplomáticos para tirar Maduro do poder, embora o presidente americano, Donald Trump, tenha dito que "todas as opções estão sobre a mesa".

A Rússia e a China são os principais aliados da Venezuela, e emprestaram bilhões de dólares ao país sul-americano.

PJ/ap/rtr/afp

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