Rússia une forças com a França contra "Estado Islâmico"
17 de novembro de 2015O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta terça-feira (17/11) que o cruzador de mísseis guiados russo Moskva coopere com operações militares da França na Síria. O anúncio veio após a confirmação de que a queda do avião da companhia Kogalymavia sobre a península do Sinai, no Egito, foi causada por uma bomba que explodiu a bordo.
"Temos que elaborar com eles um plano de ações marítima e aérea", disse Putin aos chefes militares. Atualmente o Moskva está no Mar Mediterrâneo, o presidente afirmou que um navio de guerra francês alcançará em breve o cruzador que "cooperará com eles como aliados".
Em comunicado, o Kremlin disse que Putin conversou por telefone com o presidente francês, François Hollande, e ambos concordaram em coordenar suas ações militares na Síria.
"Foi acordado pela Rússia e França assegurar um contato mais próximo e a coordenação entre agentes militares e do serviço de segurança dos dois países em ações contra grupos terroristas na Síria", disse Moscou. Além disso, Hollande irá a Moscou no dia 26 de novembro para conversar sobre o combate ao terrorismo.
Represália
O anúncio da aliança entre Moscou e Paris veio após a confirmação de que a queda do Airbus A321 russo no último dia 31 de outubro foi causada por uma bomba e a promessa de Putin de caçar os responsáveis pelo desastre que matou as 224 pessoas a bordo.
"Não temos como enxugar as lágrimas de nossa alma e coração. Isso vai ficar conosco para sempre, mas não vai nos impedir de encontrar e punir os criminosos", afirmou Putin, em declarações divulgadas nesta terça. "Vamos procurá-los em todos os lugares em que eles podem estar escondidos. Vamos encontrá-los em qualquer lugar do planeta."
Na ocasião do desastre, um grupo ligado ao "Estado Islâmico" (EI) já havia reivindicado a responsabilidade pelo ataque, mas a Rússia preferiu esperar pelos resultados oficiais das investigações para tomar qualquer providência.
O Ministério russo da Defesa anunciou ainda nesta terça-feira que Moscou bombardeou alvos do EI em Raqqa, um dos redutos dos jihadistas na Síria, além de ter lançado ataques aéreos nas províncias de Aleppo e Idlib.
A Rússia, aliada do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, iniciou sua campanha na Síria no final de setembro e já bombardeou cerca de 2,3 mil alvos na região.
CN/ap/rtr/dpa