Sarkozy é detido na França
20 de março de 2018O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy foi detido nesta terça-feira (20/03) por suspeitas de financiamento ilegal durante a campanha eleitoral de 2007, em que se elegeu chefe de Estado francês.
Segundo o jornal Le Monde, Sarkozy está sob custódia em Nanterre, nos arredores de Paris, onde presta depoimento a autoridades especializadas no combate à corrupção a crimes financeiros e fiscais. Ele pode permanecer detido por até 48 horas, antes de ser apresentado a um juiz para a sua eventual acusação formal.
Segundo as acusações – investigadas pela Justiça francesa desde 2013 – a campanha presidencial de Sarkozy de 2007 teria sido financiada com ajuda do então ditador da Líbia Muammar Kadafi, que teria fornecido secretamente ao francês um total de 50 milhões de euros.
Tal soma seria mais que o dobro do limite permitido legalmente na época para financiamento de campanhas políticas: 21 milhões de euros. Ainda quando presidente, Sarkozy classificou as suspeitas de "grotescas".
Os supostos pagamentos também violariam a legislação francesa em relação a financiamento estrangeiro e declaração de origem de fundos de campanha.
O processo foi aberto após a revelação de um documento líbio, publicado em maio de 2012 pelo portal de notícias Médiapart, que comprovaria que Sarkozy havia recebido dinheiro de Kadafi.
O caso ganhou maior atenção em novembro de 2016, quando o empresário franco-libanês Ziad Takieddine afirmou ao Médiapart haver levado malas contendo 5 milhões de euros em dinheiro entre o final de 2006 e começo de 2007 de Trípoli a Paris, entregando a quantia a Sarkozy, que era então ministro do Interior, e a Claude Guéant, seu então chefe de gabinete.
Sarkozy tinha uma relação complexa com Kadafi. Logo após se tornar presidente francês, ele convidou o líder líbio para uma visita oficial à França, o recebendo com honras de Estado. Entretanto, Sarkozy posteriormente colocou a França na vanguarda dos ataques aéreos contra as tropas de Kadafi, liderados pela Otan, que ajudaram os combatentes rebeldes a derrubar o ditador em 2011, auge da Primavera Árabe
MD/efe/afp/dpa/ap
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