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Schröder cobra coesão do Partido Verde

Assis Mendonça19 de novembro de 2001

Segundo o chanceler federal, "nostalgia e recalcamento" não servem para governar a Alemanha.

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Gerhard Schröder, à direita, e o secretário-geral do SPD, Franz Müntefering, na abertura da convenção de NurembergueFoto: AP

Para o chanceler federal alemão Gerhard Schröder, somente a coalizão entre o SPD e os verdes é que tem a força necessária para promover a renovação no país. No discurso pronunciado hoje na abertura da convenção nacional do Partido Social Democrático, do qual é presidente, em Nurembergue, Schröder destacou êxitos do seu governo de coalizão, como o processo de retirada da energia atômica, o novo direito de nacionalidade alemã, a política de imigração, a reforma tributária e a consolidação do orçamento público federal.

Mas o chefe de governo abordou claramente os problemas e a controvérsia interna na coalizão governamental, por causa do planejado envio de tropas alemãs para apoiar os Estados Unidos na guerra contra o terrorismo no Afeganistão, culminando com a votação de uma moção de confiança ao chanceler federal pelo Parlamento alemão, na última sexta-feira. Schröder advertiu claramente os verdes: a coalizão só terá prosseguimento, caso se mantenha realista e coesa nas questões centrais das políticas interna e externa. Ele ressaltou ainda que "nostalgia e recalcamento não são apropriadas para governar a Alemanha".

Advertência – O chanceler federal fez também uma clara advertência aos verdes, que enfrentam enorme resistência das bases partidárias contra a participação militar da Alemanha na aliança internacional contra o terrorismo. "Quando outros fogem da responsabilidade, então são eles próprios que sofrem. Se ficarmos sem segurança, é o nosso país que sofrerá", disse Schröder.

A advertência do chefe de governo pode ser aplicada também à ala esquerdista do próprio SPD: a exemplo dos verdes, existe uma grande resistência entre os social-democratas pacifistas à política militar oficial em Berlim. Gerhard Schröder conclamou seus correligionários do SPD a cerrar fileiras: "Eu necessito da aprovação de vocês para a política que foi votada pelo Parlamento alemão na sexta-feira", afirmou. Segundo o presidente do SPD e chanceler federal alemão, "não poder haver dúvida – na luta contra o terrorismo internacional, têm de ser usados também recursos militares e policiais".