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Segurança nuclear em Zaporíjia piora após ataque, diz IAEA

17 de agosto de 2024

Estrada entre os dois principais portões da planta foi bombardeada, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica. Usina ucraniana está há mais de dois anos ocupada por tropas russas.

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Imagem divulgada em 11 de agosto pelo gabinete do presidente ucraniano Volodimir Zelenski mostra fumaça e fogo em um dos reatores da usina nuclear de Zaporíjia
Imagem divulgada em 11 de agosto pelo gabinete do presidente ucraniano Volodimir Zelenski mostra fumaça e fogo em um dos reatores da usina nuclear de Zaporíjia; situação de segurança da usina se deteriorou desde que a Ucrânia passou a avançar sobre território russo, com Kiev e Moscou se acusando mutuamenteFoto: Ukrainian Presidency/Anadolu/picture alliance

A segurança da usina nuclear ucraniana de Zaporíjia está se deteriorando, alertou a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) neste sábado (17/08) após um ataque por drone atingir uma estrada entre os dois principais portões da infraestrutura.

Maior usina nuclear da Europa, Zaporíjia já é monitorada in loco por observadores da IAEA. Ela está fechada, mas precisa de energia de fora para manter seus reatores nucleares resfriados e evitar que colapsem.

Mais cedo, o Kremlin havia acusado a Ucrânia, sem apresentar provas, de planejar um ataque a Zaporíjia para depois atribuir a culpa à Rússia.

"Estamos vendo outra onda de propaganda insana russa sobre supostos planos ucranianos para usar 'bombas sujas' ou atacar usinas nucleares. Nós oficialmente refutamos essas falsas alegações", afirmou um porta-voz do Ministério do Exterior ucraniano.

Ataque a Zaporíjia vem em momento de avanço das tropas ucranianas sobre território russo

A acusação russa e o ataque a Zaporíjia vêm em um momento em que a Ucrânia avança sobre o território russo na fronteira com o nordeste do país, em uma ação inédita. A incursão das tropas de Kiev em Kursk, região russa que também abriga uma usina nuclear, já entrou em sua segunda semana.

Mais cedo neste sábado, a Rosatom, agência nuclear da Rússia, também havia alertado a IAEA para a situação de risco na usina nuclear de Kursk e a piora da situação na usina nuclear de Zaporíjia, que está há mais de dois anos ocupada por tropas russas.

Segundo a agência russa de notícias Interfax, o chefe da Rosatom, Alexei Likhachev, convidou o diretor-geral da IAEA, Rafael Grossi, a ir pessoalmente à cidade de Kurchatov, em Kursk, para inspecionar a usina.

Ainda de acordo com a Interfax, os riscos de ataques ucranianos estão fazendo os alarmes antiaéreos soarem várias vezes por dia na área, e no terreno da usina já até teriam sido encontrados destroços de mísseis. O cenário ameaçador estaria se repetindo também na usina de Zaporíjia, que estaria sendo alvo de ataques e tentativas recorrentes de sabotagem, pelos quais Moscou e Kiev têm se culpado mutuamente.

A IAEA já havia alertado para o risco à usina nuclear de Kursk no início da contraofensiva ucraniana, em 6 de agosto. Grossi apelou aos dois lados para que respeitem as regras de segurança nuclear em áreas de conflito a fim de "evitar um acidente nuclear que possa causar sérias consequências radiológicas".

Rússia acusa Ucrânia de usar armas da Otan em Kursk

Na sexta, duas pontes importantes para o abastecimento das tropas russas foram destruídas em Kursk, no distrito de Glushkov.

Blogueiros russos afirmam que uma das pontes foi destruída primeiro com foguetes disparados pelo sistema HIMARS, de fabricação americana, e depois com uma bomba planadora.

Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, contudo, já autorizaram o uso de suas armas na fronteira.

A porta-voz do ministério russo do Exterior, Maria Zakharova, acusou a Ucrânia de usar armas do Ocidente para atacar infraestrutura civil em Kursk.

ra (Reuters, ots)