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Seguro contra terrorismo atrai poucos interessados

sm27 de março de 2004

Criada a pedido do empresariado, seguradora para danos do terrorismo vive no vermelho. Empresas optam pela fatalidade, diante dos caros prêmios. Nem mesmo os atentados em Madri estimulam a demanda na Alemanha.

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Pânico de atentado é relativo entre o empresariadoFoto: AP

A contínua ameaça pelo terrorismo internacional não vem proporcionando à seguradora Extremus o crescimento esperado. No ano 2003, seu faturamento ficou aquém dos prognósticos, comunicou o presidente da empresa, Bruno Gas, esta semana em Colônia.

Para o ano corrente, a expectativa é de que a seguradora movimente 20% menos do que no ano passado — o que significa que os atentados de Madri não desencadearam nenhuma onda de pânico.

Estado participa

- A Extremus foi fundada por 16 grupos de seguros alemães em setembro de 2002, após as seguradoras de todo o mundo terem reagido ao 11 de setembro excluindo de seus serviços a cobertura de danos causados por terrorismo. Este seguro especial foi criado a pedido do empresariado e com garantia de que o Estado arcará com danos de até 10 bilhões de euros.

Mesmo assim, a demanda não corresponde às expectativas. Ao invés do faturamento prognosticado de até 500 milhões de euros, a Extremus só movimentou 102,6 milhões de euros em 2003. Menos da metade das empresas listadas no índice da Bolsa de Frankfurt, DAX, fecharam seguros contra atos de terror.

Seguro mínimo –

Bruno Gas acredita que a precaução está dando lugar ao fatalismo. "Os prêmios podem ser tão salgados, que os proprietários preferem correr o risco", supõe Gas. Existe uma grande discrepância entre bens assegurados, avaliados em 653 bilhões de euros, e a cobertura de apenas 81 bilhões de euros.

Isso se deve ao fato de muitos empresários terem fechado contratos bem inferiores à indenização máxima anual de 1,5 bilhão de euros. Por falta de verbas, nenhuma instituição estatal faz parte da lista de assegurados.

Resseguro baixo

– Em 2003, o prejuízo da Extremus ficou em 1,83 milhão de euros e só não foi maior graças às resseguradoras internacionais, que concordaram em reduzir seus prêmios mínimos. Sem esta concessão, o saldo negativo teria chegado a pelo menos cinco bilhões de euros.

Para 2004, a Extremus conta com uma diminuição de 10% da renovação de contratos e com uma queda de faturamento de até 20%. Os acordos já fechados se referem a um volume de 76,4 milhões de euros.

Ameaça crescente

– Estes resultados são ainda mais surpreendentes, admira-se Bruno Gas, após o hospital das Forças Armadas em Hamburgo ter sido concretamente ameaçado de atentado e até o ministro do Interior, Otto Schily, ter advertido do perigo várias vezes.

E a interrupção da viagem do presidente Johannes Rau à África, por causa de ameaças de terror, mostra que os terroristas não estão necessariamente interessados em poupar países com "bom comportamento".

Ministério anuncia cortes

– Apesar do interesse hesitante, Bruno Gas acredita que a seguradora alemã contra terrorismo vá conseguir se afirmar. No entanto, o Ministério das Finanças já avisou que pretende suspender a garantia estatal, em princípio assegurada até fim de 2005, caso o empresariado continue demonstrando pouco interesse.

Por ora, a Extremus pretende reduzir despesas através da diminuição da cobertura de resseguro de 13 para 10 bilhões de euros (sendo que o Estado assumiria no máximo oito, em vez dos atuais dez bilhões de euros). Resta à seguradora, no entanto, a esperança de conseguir equilibrar suas finanças no ano corrente.