SPD em baixa
27 de setembro de 2009O candidato social-democrata ao governo alemão, Frank-Walter Steinmeier, admitiu a derrota eleitoral arrasadora de seu partido nas eleições parlamentares deste domingo (27/09). "Este é um dia amargo para a social-democracia", declarou em Berlim.
Com uma votação de aproximadamente 23%, segundo indicam os primeiros prognósticos, o Partido Social-Democrata (SPD) teve o pior desempenho eleitoral desde 1949. A mais baixa votação do partido até então fora de 28,8% nas eleições parlamentares de 1953, com Erich Ollenhauer como candidato.
Steinmeier agradeceu os eleitores do Partido Social-Democrata (SPD) e lhes assegurou que seu voto não foi em vão. Ele pretende se tornar o líder da oposição no Parlamento, assegurando que "não fugirá à responsabilidade".
Derrota sem culpados
O atual chefe da bancada do SPD no Bundestag, Peter Struck, também lamentou a derrota de seu partido e declarou que não faz sentido buscar culpados. Ele defendeu o candidato Frank-Walter Steinmeier, elogiando a "excelente campanha eleitoral".
O social-democrata Klaus Wowereit, prefeito de Berlim, também fez questão de responsabilizar o partido inteiro pelo fracasso. "É nossa responsabilidade comum; não dá para empurrar a culpa para um ou outro", declarou, acrescentando que o partido terá que buscar a razão da derrota no teor de seu programa.
Para Wowereit, participar da coalizão com os conservadores não fez bem ao SPD. Agora o partido deveria "afinar seu perfil social", propõe. O prefeito de Berlim, do qual se espera um papel central dentro de seu partido nos próximos anos, também considera fundamental um "processo de renovação e rejuvenescimento" entre os social-democratas.
Consequência da perda do perfil social
Em onze anos de governo, o SPD perdeu quase a metade de seus eleitores em nível federal. De 40,9% em 1998, só lhe restou 23% do eleitorado alemão. Em comparação com o resultado das eleições de 2005, o partido perdeu cerca de seis milhões de votos.
Foi durante esses onze anos que o SPD passou a adotar cada vez mais uma política de centro, abrindo espaço – no espectro partidário – para a fundação do partido A Esquerda. Nos últimos anos, os esquerdistas conquistaram cada vez mais eleitores descontentes com os cortes sociais promovidos pela política de governo social-democrata, seja em aliança com os verdes ou com os democrata-cristãos.
SL/afp/rtrd/dpa/ap
Revisão: Rodrigo Rimon