Social-democratas antecipam reta final da campanha eleitoral
30 de julho de 2002O chanceler federal Gerhard Schröder inicia sua viagem de campanha pelo país na próxima segunda-feira, três semanas antes do previsto. "Temos que reagir de maneira decidida ao dados demoscópicos", justificou o secretário-geral do Partido Social-Democrata (SPD), Franz Müntefering, ao anunciar a nova estratégia eleitoral do partido.
Schröder, por sua vez, se mostrou tranqüilo, afirmando que "o importante não é quem dá a largada, mas sim quem atinge a meta". Os candidatos da oposição democrata-cristã, social-cristã e liberal já saíram há alguns dias em viagem pelo país, para angariar os votos do eleitorado.
O que pesa contra o governo
Após a demissão do presidente da Deutsche Telekom, Ron Sommer, e as acusações de falta de ética parlamentar contra o ex-ministro da Defesa Rudolf Scharping, o governo passou a ter motivos concretos para temer por sua reeleição. Além disso, o fracasso dos planos governamentais para salvar a construtora de máquinas Babcock-Borsig da falência, o aumento do índice de desemprego nas últimas estatísticas e a drástica queda de cotações nas bolsas internacionais também contribuíram para a perda de prestígio do governo social-democrata e verde.
Nas pesquisas de intenção de voto do último fim de semana, o SPD conquistou 36% dos votos, enquanto a aliança partidária dos conservadores democrata e social-cristãos (CDU/CSU) obteve 41%. Os verdes, parceiros de coalizão dos social-democratas, conseguiram 6%, os liberais 9% e os socialistas 5%.
O prestígio pessoal de Schröder caiu de 54% para 48% nas duas últimas semanas, enquanto o grau de aceitação do principal concorrente da oposição, Edmund Stoiber, junto ao eleitorado aumentou de 38% para 41%.
Erros estratégicos
A cúpula do SPD pretende definir sua estratégia eleitoral na próxima quinta-feira. Na opinião do cientista político Peter Lösche, de Göttingen, o que falta ao SPD é uma concepção clara para campanha eleitoral. Para Lösche, o grande erro de Schröder foi não ter limitado o planejamento da campanha a especialistas da chancelaria, como Helmut Kohl sempre fez. Além disso, o lema da "política mansa" de Schröder prejudicou a imagem do SPD, sobretudo nos últimos meses, diante da expectativa por medidas concretas contra o desemprego, tema decisivo da campanha eleitoral.
Os políticos verdes estão confiantes no sucesso eleitoral de seu parceiro de coalizão nas eleições de 22 de setembro. Para o presidente do Partido Verde, Fritz Kuhn, os social-democratas vão acabar vencendo as eleições através da mobilização dos eleitores indecisos, que somam mais de 30%. Os verdes partem para a reta final de sua campanha eleitoral no dia 6 de agosto.