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Armas ilegais

Agências (rr)18 de agosto de 2008

Segundo uma reportagem da emissora alemã de direito público ARD, as forças de elite georgianas atuantes na Ossétia do Sul estavam equipadas com rifles de fabricação alemã obtidos ilegalmente. Governo nega exportação.

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Especialistas comprovam se tratar do fuzil alemão G36Foto: picture-alliance/dpa/DW

De acordo com uma reportagem do programa de TV Reporter Mainz, transmitido pela rede alemã de direito público ARD, forças de elite da Geórgia atuando na província separatista da Ossétia do Sul estavam equipadas com armas de fabricação alemã da firma Heckler & Koch, com sede no estado de Baden-Württemberg, no sudoeste do país.

Até agora, a fabricante recusou qualquer pronunciamento a respeito da reportagem, que mostra imagens atuais de soldados georgianos portando rifles alemães. Segundo o presidente do Escritório de Informação sobre Armamentos em Freiburg, Jürgen Grässling, "não há dúvidas de que se trata de exemplares do fuzil G36".

Origem incerta

Ainda não se sabe como tais armas chegaram à zona do conflito. Segundo o Ministério alemão da Economia, não houve autorização por parte do governo para o suprimento, informou a reportagem. Segundo um artigo publicado na revista Jane's Defence Weekly, a Heckler & Koch já solicitara permissão do governo para entregar 230 unidades do fuzil G36 de calibre 5,56 mm em diferentes versões à Geórgia.

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O G36 de calibre 5,56 mm foi aceito pelas Forças Armadas alemãs em 1997Foto: AP

O Ministério, no entanto, teria negado o pedido em virtude do envolvimento do país em conflitos territoriais. "Se essas armas, cuja exportação o governo não aprovou, agora surgem em algum lugar, temos que presumir que elas foram exportadas ilegalmente", disse Grässlin.

Para Otfried Nassauer, diretor do Centro de Informações sobre Segurança Transatlântica de Berlim, "não importa como as armas chegaram à Geórgia – se foram exportadas ilegalmente da Alemanha, se algum fabricante licenciado desrespeitou as leis alemãs, ou se um terceiro passou adiante armas exportadas legalmente. Seja como for, isso mostra que há um problema com o controle da exportação de armas e da destinação final dos equipamentos pela Alemanha".

A legislação alemã prevê que toda e qualquer exportação de armas deve ser previamente autorizada pelo governo. A principal fatia do volume exportado é vendida a países europeus e aos parceiros da Otan. A essas transações, o governo geralmente concede luz verde.

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Grässlin é diretor do Escritório de Informação sobre ArmamentosFoto: picture-alliance/dpa

Já no caso de demais países, há determinadas diretrizes a serem seguidas. A Alemanha está impedida, por exemplo, de exportar armas a regiões em conflito. Nos últimos anos, o país caiu na mira da crítica por aprovar a exportação de armas a ditaduras do Oriente Médio, a Israel numa época em que o país estava envolvido em conflito armado, e a outras nações em desenvolvimento.

Oposição exige fim das exportações

Para o vice-líder da bancada verde no Bundestag, Hans-Christian Ströbele, o fato mostra que "as promessas anuais" do governo federal de não exportar armas para regiões em guerra ou em crise "não valem nada". Ströbele cobra uma proibição geral da exportação de armas, caso os instrumentos de controle do governo se mostrarem ineficazes.

Segundo ele, as autoridades alemãs, inclusive os investigadores da alfândega, deveriam fazer de tudo para rastrear o percurso das armas até a Geórgia. "E é obrigação do governo federal assegurar que isso aconteça."