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SPD nomeia Schulz para concorrer contra Merkel

29 de janeiro de 2017

Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, é nomeado candidato oficial do Partido Social Democrata (SPD) nas eleições legislativas alemãs de 2017. Desde anúncio da escolha, legenda ganha centenas de afiliados.

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Martin Schulz discursa após ser nomeado candidato oficial dos sociais-democratas ao governo em BerlimFoto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld

A cúpula do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) oficializou neste domingo (29/01) que o ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, será o candidato da legenda para as eleições gerais da Alemanha do próximo dia 24 de setembro.

A decisão foi tomada por unanimidade, seis dias após o anúncio da desistência do líder do SPD e vice-chanceler da grande coalizão de governo da Alemanha, Sigmar Gabriel, a concorrer nesses pleitos como candidato à chefia de governo.

Com sua decisão, Gabriel deixou o caminho livre à eleição de Schulz, que já partia nas pesquisas com melhores perspectivas por superar o presidente de seu partido em popularidade.

Além de desistir de apresentar-se como candidato, Gabriel informou que cederá a presidência do partido a Schulz, que deverá submeter-se, para tal, à votação durante congresso do SPD programado para o próximo mês de março.

Merkel anunciou em novembro do ano passado sua decisão de concorrer à reeleição nos pleitos gerais para o que será, caso obtenha uma nova vitória, seu quarto mandato.

Campanha eleitoral justa

Em seu primeiro discurso como candidato oficial do SPD à Chancelaria Federal em Berlim, Schulz instou os demais partidos a uma campanha eleitoral limpa nas eleições parlamentares em 2017. "Nesta campanha eleitoral, vamos lidar de forma justa com os adversários políticos", prometeu o candidato neste domingo em Berlim.

Schulz informou ainda a sua intenção de discutir, junto ao SPD, qual a melhor forma de combater notícias falsas e campanhas de ódio nas redes sociais. Segundo o desejo do candidato social-democrata, os partidos deverão dispensar o uso de robôs na internet (bots).

Ele mencionou a campanha eleitoral americana, no ano passado, como um exemplo de alerta. "A falta de decoro no debate" nos EUA "me assustou profundamente", disse o candidato. "Isso não deve acontecer conosco na Alemanha."

Combate a evasão fiscal e terrorismo

Schulz também anunciou querer promover a justiça tributária e combater a evasão fiscal. "Não pode ser que uma companhia multinacional de café não pague impostos, ao contrário de uma pequena padaria."

Em sua fala, ele exigiu também uma política migratória humana. "Refugiados de guerra têm direito à proteção", exigiu. Ele censurou uma desconfiança generalizada frente a refugiados: "Isso já seria uma vitória do Estado Islâmico." Schulz advertiu, no entanto, que aqueles que cometeram crimes Alemanha deverão sentir toda a dureza do Estado de Direito.

O candidato do SPD prometeu um combate decisivo contra o terrorismo. "Temos que combater duramente esses assassinos", disse Schulz em seu discurso de nomeação no domingo, ressaltando, porém, que isso não deva acontecer em sacrifício da liberdade.

Ganhos para o SPD

Antes de oficializar a candidatura, o SPD havia ganhado três pontos percentuais em intenções de voto desde que se soube que o candidato seria Schulz, segundo uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela emissora pública ARD.

Se o pleito acontecesse neste domingo, o SPD obteria 23% dos votos, enquanto a União Democrata Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, e sua legenda-irmã União Social-Cristã (CSU), da Baviera, estão agora com 35% – dois pontos abaixo da pesquisa anterior.

Além do aumento na intenção de voto, Schulz também trouxe muitos novos afiliados ao Partido Social Democrata da Alemanha. Desde a última terça-feira, quando foi anunciada a escolha, mais de 700 pessoas se filiaram à legenda, informou neste domingo em Berlim Katarina Barley, secretária-geral do SPD.

CA/afp/kna/dpa/efe