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STF decide soltar extremista Sara Giromini

24 de junho de 2020

Medida impõe uso de tornozeleira eletrônica e distância de um quilômetro da sede do tribunal. Conhecida como Sara Winter, radical bolsonarista é investigada por organizar atos antidemocráticos.

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 Sara Fernanda Giromini
Geromini lidera o grupo extremista “300 do Brasil”. Apesar do nome, o agrupamento só conta com algumas poucas dezenas de pessoasFoto: picture-alliance/AP/E. Peres

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta quarta-feira (24/06) a soltura da extremista de direita Sara Fernanda Geromini, conhecida como Sara Winter. Ela está presa no presídio feminino do Distrito Federal, conhecido como Colmeia, desde o dia 15 de junho.

O ministro aceitou o pedido da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) para substituir a prisão por medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de manter contato com outros investigados e manter um quilômetro de distância do Congresso Nacional e do STF.

A medida proíbe que Geromini tenha contato com outros extremistas investigados e um grupo de parlamentares bolsonaristas: Aline Sleutjes (PSL-PR), Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Caroline de Toni (PSL-SC), Otoni de Paula (PSC-RJ), Arole de Oliveira (PSD-RJ) e General Girão (PSL-RN). 

Sara foi presa pela PF na semana passada por determinação de Alexandre de Moraes, a pedido da PGR, na investigação que apura ataques a instituições, como pedidos de intervenção militar e o fechamento do Congresso e do Supremo.

Geromini é líder de um grupo de extrema direita chamado "300 do Brasil", que promove atos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e ataques às instituições do país. Apesar do nome, o grupo só reúne algumas poucas dezenas de membros.

Além de Geromini, também foram presos Renan de Morais Souza, Emerson Rui Barros dos Santos, Érica Viana de Souza, Daniel Miguel e Arthur Castro. A decisão de soltura e posterior monitoramento eletrônico também foi estendida para eles.

Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes apontou que é necessário restringir a atuação do grupo, de forma a preservar o andamento da investigação.

"Verifico estar demonstrado o risco à investigação e a necessidade de restrição à atuação dos integrantes do grupo com relação aos fatos aqui investigados; considerando, todavia, a gravidade e reprovabilidade das condutas até agora a eles atribuídas, entendo ser suficiente para a garantia da ordem pública e a regularidade da instrução criminal, a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, inclusive com a utilização de monitoração eletrônica", apontou o ministro.

Os pedidos de prisão foram apresentados após a PGR indicar que o grupo vinha organizando e levantando valores para atos que se enquadram na Lei de Segurança Nacional.

A ativista já foi denunciada pelo MPF do Distrito Federal pelos crimes de injúria e ameaça ao ministro Moraes.

Na semana passada, a ministra Cármen Lúcia chegou a negar um habeas corpus para libertar a ativista. Na petição, a defesa alegou que houve abuso de poder e ilegalidade na decretação da prisão. Para os advogados, Geromini é vítima de perseguição política.

JPS/ots/ab/dw

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