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Suíça prende mais dois dirigentes da Fifa

3 de dezembro de 2015

Detenções ocorrem a pedido da Justiça dos EUA e estão relacionadas com investigações de corrupção na federação que comanda o futebol mundial. Detidos são os presidentes da Concacaf e da Conmebol.

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Operação policial no hotel Baur au Lac, em ZuriqueFoto: Reuters/A. Wiegmann

O governo suíço anunciou que dois dirigentes da Fifa foram detidos nesta quinta-feira (03/12) em Zurique, confirmando informação adiantada pelo jornal The New York Times de que novas detenções teriam sido feitas no âmbito no escândalo de corrupção da organização.

"Os dirigentes de alto nível da Fifa alegadamente receberam dinheiro em troca da venda de direitos de comercialização relacionados com torneios de futebol na América Latina, bem como dos jogos para as eliminatórias do Mundial", afirmou o Ministério da Justiça da Suíça, em comunicado, sem revelar os nomes dos detidos.

Um funcionário da Fifa, porém, afirmou que os detidos são o hondurenho Alfredo Hawit Banegas, presidente da Concacaf, e o paraguaio Juan Ángel Napout, chefe da Conmebol.

O anúncio das detenções foi feito depois de o jornal americano ter publicado que foram detidas mais de uma dezena de pessoas relacionadas com a investigação de corrupção dentro da federação, conduzida pelas autoridades judiciais dos Estados Unidos.

O ministério confirmou novas detenções, mas apenas fez referência a dois casos que tiveram por base pedidos de detenção apresentados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em 29 de novembro de 2015. Os dois são suspeitos de terem recebido subornos de milhões de dólares, disse o ministério. "Alguns dos crimes foram acertados e preparados nos Estados Unidos. Os pagamentos também foram processados por meio de bancos americanos", afirma o comunicado.

As detenções foram feitas no hotel Baur au Lac, de Zurique, o mesmo onde ocorreu a operação de maio, novamente a pedido da Justiça americana.

A Fifa comunicou estar ciente das ações executadas nesta quinta-feira pela Justiça americana e garantiu que continuará a cooperar plenamente com as investigações das autoridades dos Estados Unidos e da Suíça.

A federação foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição do presidente Joseph Blatter, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.

No início de junho, Blatter anunciou sua renúncia, abrindo o caminho para nova eleição, que foi marcadas para 26 de fevereiro de 2016. Em 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal contra Blatter.

Em 8 de outubro, Blatter, o secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da Uefa, o também francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comitê de Ética da Fifa, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.

AS/lusa/afp/ap