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Subsídios agrários: UE exige concessões dos EUA

lk27 de julho de 2004

União Européia está disposta a cortar subsídios agrários, mas impõe condição a parceiros no comércio internacional. Reunião da OMC em Genebra quer estabelecer cronograma para reativar rodada de Doha.

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Produção agrícola na Europa é altamente subvencionadaFoto: AP

Às vésperas da reunião da Organização Mundial de Comércio (OMC), que se inicia nesta terça-feira (27/07) em Genebra, a União Européia estabeleceu em consenso a posição a ser defendida nas negociações pelo comissário do Comércio, Pascal Lamy, que representa em nome da Comissão Européia o bloco de 25.

Após um encontro dos ministros do Exterior em Bruxelas, na segunda-feira, Lamy confirmou que a União Européia está disposta a abolir completamente os subsídios que paga aos agricultores, desde que outros parceiros no comércio internacional apresentem propostas semelhantes. "Se aceitamos zero subsídio às exportações, isto é um grande passo para a frente. O zero é um número tremendamente preciso. Daí resulta a necessidade de que outros parceiros realizem esforços correspondentes."

França satisfeita –

A conferência ministerial extraordinária fora agendada principalmente em função de pressão da França. Paris temia que a Comissão Européia fizesse concessões apressadas e unilaterais na questão dos subsídios. É que o esboço de um acordo que deve ser aprovado até o final do mês prevê a abolição de todas as formas de subsídios às exportações de produtos agrícolas num "prazo confiável".

O governo francês insistia em que se ressaltasse que essa reivindicação deve ser cumprida por todos os parceiros econômicos, em especial os Estados Unidos. Ficou claro agora que esta condição será expressa pela Comissão Européia nas negociações. Não é de se admirar, portanto, que o ministro francês do Exterior, Michel Barnier, tenha se declarado satisfeito com o resultado da reunião em Bruxelas. Com dois milhões de pessoas trabalhando na agricultura, a França é o país que mais aproveita do sistema de subvenções agrárias da União Européia.

A fim de garantir que não haja decisões precipitadas em Genebra, combinou-se ainda que, antes do fim de semana, os ministros dos 25 países-membros voltarão a se reunir, a fim de reajustar sua posição nas negociações com os demais parceiros na OMC.

Supachai Panitchpakdi
Comissário Lamy (esq.) representa UE na reunião dirigida pelo diretor-geral da OMC, Supachai PanitchpakdiFoto: AP

Meta: estabelecer um cronograma – O encontro de dois dias em Genebra vai ocupar-se menos com questões de conteúdo. O objetivo principal é estabelecer um cronograma para a reativação da chamada rodada de Doha, paralisada desde o fracasso das negociações em Cancún, em setembro do ano passado. Os subsídios num total de 300 bilhões de dólares que os países industrializados concedem anualmente a seus agricultores já foi naquela ocasião um do principais motivos do fracasso da reunião na cidade mexicana.