WikiLeaks
16 de dezembro de 2010O fundador do WikiLeaks pode deixar a prisão em Londres sob pagamento de fiança. O Supremo Tribunal de Justiça de Londres rejeitou nesta quinta-feira (16/12) um recurso encaminhado pela Promotoria Pública da Suécia, que alegava perigo de fuga de Julian Assange.
Na terça-feira, um tribunal em primeira instância já havia determinado que o australiano fosse libertado após o pagamento de uma fiança estipulada em 200 mil libras (236 mil euros) e garantias adicionais no valor de 40 mil libras (47 mil euros) de duas pessoas.
Assange está preso há nove dias, depois de ter se apresentado à polícia britânica por causa de acusações de estupro na Suécia. Ele nega as acusações e diz ser vítima de uma intriga de teor político orquestrada pelo governo dos EUA.
O australiano, de 39 anos, foi detido dia 7 de dezembro no âmbito de um mandado de captura europeu emitido pelas autoridades suecas, sob a acusação de um ato de coerção, dois atos de agressão sexual e um de violação, que teriam sido cometidos em agosto.
Pulseira eletrônica e horário limitado
Assange deverá ficar morando em uma casa de campo perto de Bungay, no oeste da Inglaterra, a 200 quilômetros de Londres, propriedade de Vaughan Smith, um jornalista e ex-militar, cujo clube de jornalistas em Londres também abrigou o australiano antes da detenção.
Assange deverá ser obrigado a usar uma pulseira eletrônica e se apresentar diariamente à polícia, além de estar limitado a um horário determinado para sair de casa.
Mark Stephens, um dos advogados de Julian Assange, disse ao chegar ao tribunal estar certo de que o dinheiro da fiança estará disponível ainda nesta quinta-feira. Várias personalidades ofereceram ajuda para o pagamento da fiança, entre elas, Fatima Buttho, sobrinha da antiga primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto, Bianca Jagger, ex-mulher do músico Mick Jagger e o realizador norte-americano Michael Moore.
Julian Assange volta a tribunal em 11 de janeiro para o julgamento do processo de extradição para a Suécia.
MD/lusa/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer