Susan Sarandon é detida em protesto contra Trump
29 de junho de 2018A atriz americana Susan Sarandon, de 71 anos, foi detida nesta quinta-feira (28/06), ao lado de outras centenas de manifestantes, durante um protesto realizado por mulheres em Washington contra as políticas migratórias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A própria artista confirmou o incidente em seu perfil no Twitter. "Detida. Mantenha-se forte. Continue lutando", escreveu ela, usando ainda a hashtag #WomenDisobey (Mulheres desobedecem). Sarandon ficou detida por várias horas, segundo a agência de notícias Efe.
A atriz estava entre os 575 manifestantes detidos por terem feito um protesto considerado ilegal, dentro de um prédio do Senado americano, contra a política migratória de tolerância zero de Trump, que separou mais de 2 mil crianças de seus pais na fronteira do país com o México.
Os participantes do protesto – em grande maioria mulheres vestidas de branco – foram detidos, processados e libertados no local, estando sujeitos a multas. Entre eles estava também a deputada democrata Pramila Jayapal.
Durante o protesto no Senado, que exigia o fim dos campos de imigrantes, várias ativistas vestiam mantas metálicas, lembrando aquelas fornecidas às crianças imigrantes mantidas em abrigos nos EUA, após serem separadas de seus familiares.
Cartazes traziam ainda a frase "Nós nos importamos", em referência à polêmica jaqueta vestida pela primeira-dama dos EUA, Melania Trump, no dia em que visitou crianças de um centro para imigrantes no Texas. "Eu não me importo, e você?", estampava a parte de trás da peça.
As manifestantes também entoaram gritos como "O que queremos? Famílias livres!" e "É com isso que a democracia se parece", em referência ao protesto, convocado pela Marcha das Mulheres. Novos atos estão previstos para este sábado.
Sarandon publicou e compartilhou uma série de mensagens no Twitter sobre a manifestação. "Ação linda e poderosa com centenas de mulheres dizendo que exigimos a reunificação das famílias separadas por essa política imoral. Isso é democracia", escreveu.
Vencedora do Oscar de melhor atriz por Os últimos passos de um homem, produção de 1995, a americana é também uma reconhecida ativista, que em diversas ocasiões se manifestou contrariamente ao governo Trump. Ela já havia sido detida em 1999 durante um protesto em Nova York depois de a polícia ter assassinado um jovem imigrante africano desarmado.
A separação de crianças na fronteira faz parte da política migratória de tolerância zero de Trump, que prevê processar criminalmente todas as pessoas que chegarem ilegalmente ao país. Após pressão, Trump assinou na semana passada uma ordem executiva que impede novas separações, mas o destino dos pais e filhos que já foram separados ainda não está claro.
EK/MD/efe/afp/rtr/ots
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