Técnico do Equador diz que meta é chegar às quartas-de-final
17 de junho de 2006Com seu triunfo sobre a Costa Rica por 3 a 0, o Equador escreveu uma nova página em sua segunda participação numa Copa do Mundo: pela primeira vez, passou às oitavas-de-final do maior evento do futebol internacional. Em entrevista à DW-WORLD, o técnico Luis Fernando Suárez, responsável por este sucesso, mostra-se satisfeito com o rendimento de sua equipe na Alemanha.
DW-WORLD: Ninguém contava com o Equador nas oitavas-de-final.
Suárez: Eu sempre soube que o conseguiríamos. Tenho muita fé na equipe, e não me surpreendeu que nos tenhamos classificado às oitavas-de-final. Para isso viemos à Alemanha.
E agora isso mudou a história do futebol no Equador.
Na verdade, isso não me interessa no momento. Claro que a história agora é diferente, mas o importante é o presente, ao qual quero dedicar tempo. Nosso presente é seguir trabalhando; isso não acabou, devemos seguir adiante.
Como vocês comemoraram a classificação para a próxima fase?
Comemorar? Comemorar o quê? Não, não temos nada a comemorar. Não ganhamos nada, apenas demos um passo adiante.
Mas isso é motivo de alegria.
Isso é outra coisa. É claro que nos vestiários, depois do jogo, deixamos correr livremente nossas emoções, nossa felicidade, mas não houve uma comemoração. Simplesmente tivemos uma janta em que todos estávamos contentes e de bom humor, mas as coisas voltaram à rotina em poucas horas. Os jogadores tiveram que descansar para estar em condições de enfrentar o treino que teríamos 24 horas depois. Assim é o futebol. Além disso, na próxima terça-feira teremos uma partida muito importante.
Contra a Alemanha...
Uma equipe que me surpreendeu positivamente, que antes do Mundial eu já tinha como umas das favoritas e que agora encabeça minha lista.
Por quê?
Porque é uma equipe que sempre busca o triunfo, que não cruza os braços, que batalha durante os 90 minutos, sempre vai à frente, é perigosa e está decidida a levar o título.
Mas a partida contra a Alemanha é só para cumprir tabela, já que ambas as equipes estão classificadas.
Não devemos nos equivocar: o Equador entra em campo para ganhar, a Alemanha também. Ambos queremos os três pontos, não por necessidade, mas por princípio, por convicção. Além disso, o jogo será em Berlim, num cenário muito bonito, no estádio da final. A Alemanha, com certeza, quer passar uma boa impressão à sua torcida, e nós queremos mostrar nosso progresso, ratificar numa atmosfera tão especial o porquê de termos alcançado a fase seguinte.
Nas oitavas-de-final, a adversária do Equador será a Inglaterra ou a Suécia.
Já vi ambas as equipes e, na verdade, não há grande diferença; podemos vencer qualquer uma delas.
Por que está tão seguro?
Não quero subestimar ninguém, mas também não pretendo superestimar os rivais. O Equador deve concentrar-se, como tem feito até agora, em si mesmo, em suas virtudes, conservar sua atitude positiva, sua disposição de entrega, manter o nível que tem exibido, correr o tempo todo. Respeitamos a Inglaterra e a Suécia, mas sabemos que o Equador tem tudo para ganhar e passar à fase seguinte.
E alcançar o objetivo que você tem proposto: chegar às quartas-de-final.
Eu sempre disse isso e repito: cada um estabelece a sua meta, e esta é a minha no momento.
Você está satisfeito com o rendimento da equipe?
Sim, tudo está bem. O comportamento do grupo é excelente e sua disciplina e disposição tática são muito boas, ainda que haja sempre um ou outro detalhe para corrigir ou melhorar.