Talibã anuncia retirada de Kunduz
13 de outubro de 2015O Talibã anunciou nesta terça-feira (13/10) a retirada de suas milícias de Kunduz, cidade estratégica no norte do Afeganistão. Os jihadistas afirmam que a medida foi tomada para evitar um número maior de mortes entre os civis.
No mês passado, o Talibã lançou um ataque inesperado à cidade, numa ofensiva que, segundo muitos observadores, expôs a vulnerabilidade das forças de segurança afegãs, treinadas por militares americanos.
Os jihadistas conseguiram manter o controle sobre Kunduz durante três dias. Mas, após intensos combates com as tropas do governo, eles começaram a perder terreno no início de outubro.
Nos três dias em que a cidade esteve sob domínio do Talibã, milhares de moradores fugiram para outras províncias ou se entrincheiraram em suas casas, com medo de serem descobertos pelos jihadistas.
O governador da província de Kunduz, Hamdullah Danishi, disse que a vida na cidade está finalmente voltando ao normal, com a reabertura dos mercados e lojas. As pessoas, diz ele, começam a perder o medo de sair às ruas novamente.
"As forças de segurança afegãs controlam a cidade inteira", disse o coronel Mohammad Qasim Jungulbagh, chefe de polícia da província de Kunduz.
Enquanto os combates diminuem nas proximidades de Kunduz, a violência se espalha em outras regiões do país.
O Talibã lançou uma ofensiva nos arredores da cidade de Ghazni, ao sul de Cabul. Na segunda-feira, tropas do governo conseguiram evitar que milhares de jihadistas talibãs tomassem a localidade, mas os combates persistem.
As ofensivas recentes do Talibã aumentaram as preocupações quanto à instabilidade do país, enquanto a Otan intervêm para ajudar as combalidas forças afegãs.
No último domingo, militares afegãos e americanos completaram uma ofensiva por terra e ar contra um campo de treinamento da Al Qaeda na província de Kandahar, no sul do país.
Segundo a Otan, muitos jihadistas morreram na operação – resultado de meses de planejamento e inteligência. Os americanos conduziram 63 ataques aéreos enquanto tropas afegãs combatiam os milicianos em terra.
RC/ap/rtr