Tecnologia da informação gera esperança de emprego
6 de março de 2005Apesar dos avanços dos últimos dez anos – especialmente no mercado de celulares, usados por quase 100% da população do país –, a Alemanha ainda está bem atrás de outras nações desenvolvidas, como Japão e EUA, no que se refere à tecnologia da informação. A Associação Alemã das Empresas de Informação, Telecomunicação e Novas Mídias (Bitkom) afirma que, caso tenha ajuda do governo, pode transformar o setor em um grande gerador de emprego e renda.
Segundo a Bitkom, há espaço para crescimento. Em cada grupo de 100 residências alemãs, 38 têm computador – o que representa pouco mais da metade do índice norte-americano, por exemplo. Cerca de 17% dos lares alemães têm acesso à internet de banda larga, uma estatística pálida em comparação com os números dos EUA (34%) e Japão (44%).
Dez passos
Para tentar trazer o sucesso do mercado de telefonia móvel para o segmento de computadores pessoais, a Bitkom elaborou um programa de dez passos, que inclui especial atenção ao incentivo à pesquisa de produtos e ao financiamento de novos negócios, além do oferecimento de um quadro de perspectivas macroeconômicas mais favorável.
Vários projetos visando a criação deste "quadro favorável" estão em desenvolvimento. Um deles está relacionado ao aumento do número de computadores nas escolas alemães, seguindo o exemplo dos EUA, onde 70% dos alunos do ensino secundário têm acesso a PCs. Na Alemanha, a quantidade de computadores disponíveis nas escolas ainda é bastante reduzida, segundo representantes da Bitkom.
Agenda política
Outro objetivo da entidade é colocar a tecnologia da informação entre as prioridades da agenda política do país. A associação, que representa um conjunto de 1300 empresas, com faturamento de aproximadamente 120 bilhões de euros ao ano, fará reuniões com os governos estaduais para tentar ganhar força política em nível federal.
Segundo Willi Berchtold, presidente da Bitkom, chegou a hora de o governo alemão ter uma política clara em relação ao setor de tecnologia. Ele diz que o setor precisa ganhar importância dentro das decisões políticas do país. Segundo Berchtold, nos últimos tempos, produzir na Alemanha não ficou mais fácil, apesar do aumento do desemprego. "Pelo contrário, ficou mais difícil."
Os empresários do setor de tecnologia querem que seus interesses sejam ancorados na Constituição alemã, a exemplo do que ocorreu com os setores de aviação, agricultura e pesquisas espaciais. Ao mesmo tempo, a Bitkom espera que o governo abandone a idéia de cobrar taxas para a utilização de computadores e de telefones celulares multimídia – uma extensão das taxas já pagas pelos contribuintes alemães para o uso de aparelhos de rádio e televisão.
Essa iniciativa do governo alemão, que ainda depende de regulamentação, tiraria um bilhão de euros do mercado, dinheiro que poderia ser usado para investimentos e geração de empregos.
Comércio on-line
Existem dois setores que, segundo a Bitkom, podem assegurar um rápido crescimento do setor de tecnologia nos próximos anos: a informatização de processos governamentais e o comércio eletrônico. Em 2004, o comércio via internet movimentou 200 milhões de euros na Alemanha. A expectativa da associação é que essa cifra seja mais do que triplicada em quatro anos, passando para 670 milhões de euros.