Telefonema de Trump com líder taiwanesa irrita chineses
3 de dezembro de 2016O governo chinês apresentou neste sábado (03/12) um protesto formal perante os Estados Unidos pela conversa que o presidente eleito americano, Donald Trump, manteve com a chefe de Estado taiwanesa, Tsai Ing-wen.
Segundo a agência oficial Xinhua, a China pediu a Washington que mantenha seu compromisso com o princípio de "uma só China", que afasta as aspirações independentistas de Taiwan em prol de Pequim.
Além disso, o Executivo chinês pediu a Washington que trate de forma cuidadosa os assuntos relacionados com Taiwan para evitar que as relações bilaterais sejam danificadas.
Em entrevista à emissora Phoenix TV na manhã deste sábado, o ministro do Exterior chinês, Wang Yi, tentou minimizar o assunto. Ele afirmou acreditar que por trás da conversa está um "pequeno truque de Taiwan" que não vai alterar o apoio de Washington à China.
O ministro salientou, no entanto, que a política de "uma só China" é o "fundamento das relações sino-americanas".
Pressão sobre Taiwan
O telefonema acontece num momento de tensões entre Pequim e Taiwan, após a chegada ao poder em janeiro de Tsai, do independentista Partido Democrata Progressista (PDP).
Pequim elevou a pressão sobre a ilha cortando todos os contatos em nível oficial para forçar Tsai a reconhecer que Taiwan é parte da China. Daí a importância para Pequim da chamada entre Trump e a presidente taiwanesa, um contato de alto nível que não ocorria há quase 40 anos.
A princípio, a equipe do magnata republicano explicou que a presidente de Taiwan o havia parabenizado e teria falado com ele sobre "os estreitos laços econômicos, políticos e de política de segurança entre Taiwan e os EUA."
Devido à pressão de Pequim, são poucos os Estados que reconhecem Taiwan como um país independente. Desde 1979, os EUA não mantêm mais relações diplomáticas com a antiga Ilha Formosa.
CA/efe/dpa/dw