Temer se reúne com centrais sindicais
16 de maio de 2016O governo interino de Michel Temer começou a tratar nesta segunda-feira (16/05) de um dos temas mais delicados a que se propôs a resolver, a reforma da Previdência, em reunião no Palácio do Planalto com representantes de centrais sindicais.
Dizendo-se dispostos ao diálogo, os sindicalistas manifestaram preocupação com a proposta defendida pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de criar uma idade mínima para a aposentadoria. Eles avaliam que há uma série de medidas que podem ser tomadas antes de se pensar em alterar as regras da previdência, e repetem a defesa de que os trabalhadores não podem pagar a conta da crise econômica.
Segundo Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), os trabalhadores estão abertos à discussão, mas não há como aceitar a idade mínima. "Essa maldade já foi feita", disse, quando o governo criou a fórmula 85/95 progressiva, que determina a aposentadoria quando a soma da idade e tempo de contribuição dos homens for 95 anos, e das mulheres, 85.
Um dos aliados do governo Temer, o deputado Paulinho da Força (SD-SP), líder da Força Sindical, disse estar convencido de que não é necessária uma reforma da Previdência para equilibrar as contas públicas. Ele defendeu que primeiro o governo acabe com desonerações e com sonegações fiscais, classificando o estabelecimento de idade mínima para aposentadoria como "coisa de maluco". "Idade mínima penaliza os mais pobres, aqueles que começam a trabalhar antes."
Grandes entidades que representam a categoria e condenaram o processo de impeachment contra a presidente afastada, Dilma Rousseff, não participam da reunião. É o caso da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Antes mesmo de Temer assumir, as centrais simpáticas ao impeachment de Dilma se reuniram com o então vice-presidente para pedir a manutenção dos direitos trabalhistas e previdenciários. À época, ele não se comprometeu com nenhuma posição.
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